Após o jantar, como fazia todas as noites, um jovem pai assistia à sua novela favorita. Sua filhinha procurava chamar sua atenção usando todos os artifícios de que é capaz uma menina de 4anos. Nada adiantava, o pai tinha apenas olhos para a imagem colorida. Esgotados todos os recursos, a menina partiu para o ataque direto: “Pai, por que você fica olhando essas figurinhas da TV? Não vê que eu sou
real?”. Sacudido de seu torpor, o pai prontamente desligou o aparelho e a pequenina conseguiu toda atenção que merecia até a hora de dormir.Seguramente dormiu muito feliz, assim como seu pai. A vida exige constantemente que façamos uma escolha. Quantas vezes escolhemos não ser perturbados pelo mundo ao nosso redor! Quantas vezes optamos pela alienação e pelo egoísmo! Quantas vezes
deixamos de prestar atenção às pessoas e perdemos a oportunidade de presenciar o que ocorre à nossa volta! Sabemos que a vida, normalmente, não costuma a repetir as oportunidades. Tudo acontece uma única vez. Escolher uma coisa é renunciar às outras. Decidir-se por dar atenção aos filhos pode significar não assistir à novela, ao jogo de futebol, ao jornal, nem dar um passeio com os amigos. Todos
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nós precisaríamos de que aquela menina nos repetisse: ”Não vê que eu sou real?”. Os filhos existem de verdade, enquanto a novela é de mentirinha. O mesmo poderiam dizer muitas esposas:” Não vê que eu sou real, que respiro, que amo, que preciso de atenção e carinho?”. Isso vale também para as esposas: seu marido é real, seus problemas são muito mais importantes que os apresentados na novela.
O que acontece no lar é mais importante que as notícias de Paris do Cairo. Mensagem retirada do livro Histórias de vida de Dom Itamar Vian e Frei Aldo Colombo
