Saneamento e Ensino

Candidatos distorcem dados sobre saneamento e ensino

Saneamento e ensino técnico, dois dos temas mais abordados nesta campanha pelos dois principais candidatos ao Planalto, foram tratados à base de dados falaciosos e comparações distorcidas no debate de ontem. Uma tentativa de acusação de José Serra ao governo Luiz Inácio Lula da Silva acabou exemplificando, involuntariamente, mais identidades que diferenças entre as administrações dos arquirrivais tucanos e petistas.

Sem recursos

Sem recursos e santinhos

De acordo com informações publicadas no jornal Correio Braziliense, a campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT), tem se dado ao luxo de deixar os parlamentares da base aliada à míngua nos estados, em virtude dos altos índices das intenções de votos. Indispensáveis como cabos eleitorais em disputas anteriores, deputados da base agora amargam uma certa frieza por parte da campanha nacional. Os aliados reclamam que o governo fechou o cofre das emendas parlamentares e, além de não apresentarem recursos para suas bases, não têm nem santinho da Dilma para entregar, porque nem mesmo material da campanha nacional chega para eles. “Temos sentindo falta de material. Para a gente conseguir um adesivo da Dilma é uma dificuldade. Pode ser que estados mais populosos sejam prioridade da coordenação e estejam bem abastecidos”, afirma o deputado Nazareno Fonteles (PT-PI).

Efeito adverso

Efeito adverso de citar Lula

Segundo o Jornal Correio Braziliense, em dois dias de horário eleitoral na tevê e no rádio, ser amigo ou o “escolhido” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou senha obrigatória para a maioria dos candidatos pedir votos ao eleitor. Ontem, nos programas veiculados pelos postulantes aos governos estaduais, pelo menos em 12 locais ele era presença garantida. Em alguns casos, aparecia em vídeos gravados para os candidatos. Em outros, era citado à exaustão. O indício do “fator Lula” nos programas de tevê começou já na estreia, na terça-feira. Entre os que disputam o Palácio do Planalto, o presidente ocupou o vídeo por quatro minutos, dos 21 minutos a que Dilma Rousseff (PT) teve direito. O programa do tucano José Serra foi mais comedido, mas ainda assim citou Lula por três vezes em um jingle.