Dilton e Feito

O mundo mudou, falta mudar o mundo, diz Dilma

A presidente deixou claro também que o Brasil está pronto para assumir seu papel como membro permanente

 

O foco do discurso da presidente Dilma Rousseff foi direto e claro. Poderia ser resumido em uma frase: o mundo mudou, continua mudando mas a governança global não acompanhou essa mudança. No âmbito político e institucional, a presidente reclamou, com razão, que faz 18 anos que se discute a reforma das Nações Unidas, sem que se tenha avançadoDilma foi clara: "O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento".
 
A presidente deixou claro também que o Brasil está pronto para assumir seu papel como membro permanente. No âmbito econômico-financeiro, vale o mesmo raciocínio. Disse a presidente que "mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados". É uma evidente alusão ao fato de que nem o G20, o clubão das maiores economias de que o Brasil faz parte, nem o G7, o superado grupo dos sete países mais ricos do mundo, nem a União Europeia –nenhuma instituição está conseguindo encontrar o que Dilma chamou de "soluções coletivas, rápidas e verdadeiras" para a crise em curso.
 
Ela pediu, como no caso do Conselho de Segurança, abrir a discussão, ao dizer que a crise "é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções". A presidente tomou posição também clara no debate entre Estados Unidos e Europa, em que os EUA adotam e pregam políticas de estímulo para vencer a crise, enquanto a Europa coloca todo o foco na austeridade e nos ajustes fiscais. Foi, é verdade, sutil ao tomar o partido dos estímulos, na medida em que não citou a Europa. Mencionou apenas "uma parte do mundo [que] não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade".
 
O ponto fraco do discurso foi a ausência de uma tomada de posição mais firme contra as ditaduras sitiadas no mundo árabe. É um reflexo da cautela excessiva da diplomacia brasileira em se definir, por exemplo, no caso da Líbia. reconheceu o novo governo depois de que o mundo quase inteiro o fizeraNa questão do momento, o Estado palestino, Dilma repetiu a posição de difícil equilibrismo que o Brasil tenta pôr de : defender o Estado palestino mas sem que seja afetada a segurança de Israel. A posição faz todo o sentido, mas como levar a cabo ambas as coisas é uma equação não decifrada para cuja solução o discurso não contribui, o que é compreensível: ninguém até agora conseguiu a quadratura desse círculo. As informações são do repórter Clóvis Rossi.
Dilton e Feito

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.

Dilton Coutinho, fundador do Acorda Cidade, é um radialista renomado com mais de 20 anos de experiência na cobertura jornalística. Ele construiu uma carreira sólida marcada por sua dedicação à verdade e ao jornalismo ético. Atuando em diversos veículos de comunicação, Dilton ganhou reconhecimento por sua habilidade em abordar temas complexos com clareza e profundidade. Sua paixão por informar o público e sua integridade profissional fazem dele uma referência no jornalismo contemporâneo.