Debate sobre doações empresariais é adiado

A condução da reforma política na Câmara Federal pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), não agradou a muitos parlamentares e faz com que muitos legisladores afirmem que o país esteja perdendo a oportunidade de fazer uma mudança plena nas leis eleitorais do Brasil. Após a votação primeiro turno, o Legislativo, que retorna às atividades hoje, se volta para o debate da segunda etapa e só deve concluir a apreciação do texto no mês de agosto. Entre os pontos que ficarão para depois está a questão das doações das empresas para campanhas eleitorais. Para o deputado federal baiano Daniel Almeida (PCdoB), esse ponto precisa ser esclarecido. “Acho que o importante agora é definir se terá financiamento privado ou não, quais serão os tetos legais de doações”, citou. O parlamentar criticou ainda o que restou da proposta inicial debatida na Comissão Especial da Reforma Política da Câmara que foi suspensa e o relatório passado para discussão no plenário. “Agora, o que prevalece é a incerteza. É o que temos hoje. Ninguém sabe o desfecho desse processo ainda. Eu tendo a achar que vai mudar muito pouco. O que foi votado agora não se pode chamar de reforma política. O que tem a ser deliberado dificilmente vai produzir grandes modificações”, afirmou Almeida. O comunista baiano também criticou a discussão simultânea da reforma na Câmara e no Senado. “Qualquer matéria terá que ser votada nas duas Casas. Como o ritmo é diferente, vai ficar um impasse, um pingue-pongue. O que votar na Câmara vai para o Senado, pode retornar se tiver alterações, e vice e versa. O gargalo é essa falta de sintonia”, lembrou o deputado. As informações são da Tribuna da Bahia.