Jovens Desaparecidas
Jovens desaparecidas - Foto: Redes Sociais

Os corpos de duas das três jovens assassinadas no município de Anguera foram liberados no início da tarde desta quarta-feira (15) do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana, para serem sepultados. Elas estavam desaparecidas desde o último dia 6 de outubro.

Os dois corpos liberados são de Carol Ferreira Rodrigues, de 21 anos, e Rafaela Carvalho Silva, de 15. Após a liberação, eles foram encaminhados diretamente para o sepultamento no cemitério municipal de Anguera. O corpo de Letícia Araújo Rodrigues, de 22 anos, ainda está em processo de identificação.

Familiares relataram, em entrevista ao Acorda Cidade, a dor e a angústia vividas durante os dias de busca.

Ana Rita Santana, de 51 anos, avó de Rafaela Carvalho Silva, de 15 anos, contou emocionada que sempre tentou orientar a neta, mas que ela não costumava ouvir os conselhos da família.

Familiares das jovens de Anguera
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A vida de Rafaela era assim: não ouvia conselho nem da avó, que sou eu, e nem da mãe. A gente perguntava ‘vai pra onde, filha?’. E ela respondia ‘vou ali e volto’. Dessa volta, não voltou mais”, relatou.

Durante os dias de desaparecimento, a família manteve a esperança de reencontrar a jovem com vida. “Todo mundo esperava encontrar ela viva. A gente pedia a Deus força”, completou Ana Rita.

A tia de Letícia Araújo Rodrigues, de 22 anos, outra vítima do crime, descreveu a sobrinha como uma menina calma e obediente.

Familiares das jovens de Anguera
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Era uma menina tranquila, não tinha maldade com nada. Sempre que eu conversava com ela, ela me ouvia. Nunca teve rebeldia comigo”, afirmou.

Ela contou que soube do desaparecimento apenas no dia seguinte, quando a família percebeu que Letícia não havia retornado para casa. Desde então, parentes e amigos iniciaram buscas em várias localidades de Anguera.

“A gente manteve a fé. Para ser sincera, ainda não caiu a ficha. A reação foi de muito choro e incredulidade diante da tamanha maldade que fizeram com as três”, lamentou.

O pai de Carol Ferreira Rodrigues, de 21 anos, disse que não tinha muito contato com a filha desde que se separou da mãe dela, quando a jovem tinha apenas 3 anos de idade. Apesar da distância, ele acompanhou as buscas após receber a notícia do desaparecimento.

Familiares das jovens de Anguera
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Fiquei em desespero. Fui em Anguera duas vezes, mas ninguém tinha informações. Depois apareceu notícia falsa dizendo que os corpos tinham sido encontrados, mas era fake news. Continuamos procurando”, contou.

“A dor é muito grande, eu não tenho nem o que falar. Ela foi morta de forma muito perversa. É uma dor funda, que não dá para imaginar”, desabafou.