ACM Neto e Rui Costa acirram 'disputa' por obras

Com o início da campanha eleitoral, o tensionamento existente entre o governador Rui Costa (PT) e o prefeito  de Salvador, ACM Neto (DEM), que estão em lados opostos, parece se acirrar. Após ter trocado farpas com o democrata em várias ocasiões nos últimos meses, Rui chegou a dizer, que Neto tem “má vontade” para liberar alvarás para obras do governo baiano na cidade. Em entrevistas à imprensa, o prefeito dedicou-se a rebater todos os ataques, mesmo após aliados do petista chegarem a dizer que o democrata “se beneficia” dos projetos implantados pelo Executivo estadual.Um dos setores que mais têm sido alvejados pelos aliados de Neto é o turístico, que estaria em crise por conta de erros praticados pela administração estadual. Na última quarta-feira, o alcaide esteve em Brasília em busca de recursos junto ao Ministério do Turismo. O objetivo é a assinatura de um contrato entre a prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$105 milhões, para a requalificação da Avenida Sete de Setembro, entre o Campo Grande e a Praça da Sé, e de trechos da orla em Stella Maris, Flamengo e Ipitanga. O prefeito também pleiteou verbas para a saúde e para a implantação do BRT que vai ligar a Estação da Lapa à região do Shopping da Bahia. Em seu discurso durante a convenção, no dia 5 de julho, Neto chegou a dizer que foi o responsável por destravar as obras do metrô.Em contrapartida, Rui visitou ontem obras de contenção de encostas na Liberdade e na Calçada, e autorizou o início dos trabalhos no Plano Inclinado, localizado entre os dois bairros. Além disso, o petista garantiu que voltará à Liberdade nos próximos dias com o intuito de assinar uma ordem de serviço para a realização de obras orçadas em R$ 20 milhões em um trecho na região de São Domingos. “Esse é um dos lugares onde eu andava muito quando era criança. Meus tios moravam aqui e, várias vezes, correu terra aqui”, declarou na ocasião.Segundo a deputada estadual Luiza Maia (PT), Rui tem contribuído de maneira substancial para resolver problemas com os quais a cidade historicamente convivia. “Bato palmas para o governador. Quantos anos o metrô ficou parado? O governador chegou e agora o metrô está andando”, pontuou. “Na época de Lídice, ACM não ajudava em nada, e agora isso está se repetindo. O prefeito fez a obrigação dele, mas nada que se destaque. Ele tem muita mídia. Não gosto do estilo dele, é autoritário. Wagner e Rui sempre tiveram uma relação republicana com ele”. As informações são da Tribuna da Bahia.