Assim ocorre com a disciplina, freqüentemente entendida como submissão a um agente externo.
O termo remeteria à ação que sujeita a vontade de outrem.
A exemplo do pai que disciplina seu filho ou o comandante que conduz suas tropas sob um regime disciplinar severo.
Sem disciplina, não há avanço e transformação moral e intelectual.
A criatura indisciplinada permanece como sempre foi.
Seus vícios e debilidades não encontram firme oposição e os mesmos erros são incessantemente repetidos.
A disciplina atua no plano da vontade.
Ela estabelece regras e define como deve ser o comportamento futuro.
O homem disciplinado diz a si mesmo que deve fazer e se mantém firme no propósito.
Mesmo contra seus interesses e tendências naturais, segue o programa de melhoramento que se impôs como meta.
A disciplina consiste em uma força interior que permite a alteração de velhos hábitos.
Não se trata apenas de decidir ser melhor, mas de colocar em prática o que se decidiu.
No longo processo do aprendizado, cometemos muitos erros e maus hábitos.
Assim, o gosto excessivo pelo descanso lembra as fases primitivas da existência imortal.
O mesmo ocorre com a preocupação desmedida com alimentação e sexo.
Nada há de errado com a satisfação das necessidades elementares da vida, em um contexto de dignidade.
O vício reside no excesso e na fixação do pensamento em atividades que são meramente instrumentais.
Compete-lhe vencer a si mesmo, libertar-se de hábitos primários e preparar-se para experiências transcendentais do intelecto e do sentimento.
Ocorre que isso somente é possível com muita disciplina. Sem uma vontade firme aplicada na correção do próprio comportamento, ninguém avança.
Maus hábitos, como maledicência, gula, preguiça e leviandade sexual, não somem por si sós.
Eles devem ser corajosamente enfrentados e subjugados.
O abandono de vícios é lento e doloroso.
No princípio, o esforço é necessário.
Mas depois surge uma sensação de liberdade e de leveza, com a adoção de um padrão digno de comportamento.
Então, o que era difícil se torna fácil e prazeroso, pois a disciplina gera a espontaneidade.
Pense nisso.
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