Vacina BCG: proteção que começa cedo e vale pra vida toda

No dia 1º de julho comemora-se o Dia Nacional da Vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin). A vacina é normalmente aplicada nos primeiros momentos de vida após o nascimento. A função do medicamento é proteger ao longo de toda a vida contra as formas mais graves da tuberculose, doença que afeta principalmente os pulmões.

Para explicar sobre a importância fundamental desta vacina, a equipe de reportagem do Acorda Cidade conversou com Sebastião Oliveira, enfermeiro e diretor da Rede Própria da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana.

Para funcionar corretamente a aplicação precisa ser cedo, antes dos 5 anos de idade, e preferencialmente nos primeiros dias de vida. 

“A necessidade de ser administrada o mais rápido possível é justamente porque a tuberculose é uma doença de certa forma endêmica no Brasil e uma criança que exposta a essa doença pode apresentar um quadro grave e poder evoluir inclusive a óbito”, explicou o profissional.

A tuberculose é uma doença infecciosa grave causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que caso não tratada, pode levar à morte do paciente. Ela pode se tornar ainda mais delicada para pessoas que estão imunodeprimidas, como as pessoas que são infectadas pelo vírus da AIDS, por exemplo.

De maneira geral, as contraindicações para a vacina BCG são raras. Situações em que é necessária a orientação de um médico.

“A vacina é algo universal e deve ser administrado para todos os públicos. Há casos de patologias um pouco mais raras que isso aí pode ser avaliado pelo médico infectologista de forma mais específica, mas de forma ampla a vacinação deve ser administrada a toda a população”

Vacina BCG só existe no Brasil?

O especialista informa que a Vacina BCG não é uma exclusividade do Brasil.

“A BCG ela é administrada sim em vários outros países. Existem hoje, alguns países que diminuíram o uso da BCG por uma característica da redução da tuberculose. Há exemplos dos Estados Unidos, Austrália, eles estão restringindo essa vacinação para alguns públicos que têm maior risco de contaminação, como o público indígena lá na Austrália”

O que torna a vacinação da BCG mais utilizada no Brasil é a necessidade do combate à doença.

“Países como Brasil, Índia, ainda precisam dessa vacinação, tendo em vista que uma doença presente de forma relevante na nossa população.”

O que a “marquinha” da vacina significa

Normalmente quando a vacina é tomada, uma cicatriz se forma no local da aplicação, marca que dura por toda a vida. A cicatriz é uma reação natural do sistema imunológico.

Sebastião esclarece que já foi descartado o mito de que se não ficar a marca da vacina, significa que ela não funcionou. Na verdade, a presença ou não da marca é puramente um processo que faz parte da cicatrização.

“A marquinha não necessariamente caracteriza que a criança não foi imunizada. Por muito tempo, esse foi o parâmetro, mas isso não é mais considerado dessa forma. O importante é que a vacina seja administrada e a tendência é que haja um processo cicatricial, vai aparecer uma feridinha que com alguns dias ele vai desaparecer, mas nem sempre vai ficar a presença da marca.”.

Cuidados pós aplicação da BCG

Uma preocupação de muitos pais é sobre os cuidados pós vacina, principalmente devido a fragilidades dos recém nascidos. Segundo o profissional, apenas um cuidado é fundamental, pois a preocupação real deve ser com a cicatrização da ferida.

“O primeiro cuidado fundamental é não fazer cobertura, não fazer nenhum tipo de curativo, colocar roupas leves para que não forme nenhum tipo de cicatrização inadequada, como as pessoas falam, para não abafar.”

Efetividade da vacina

Apesar de ainda necessária no Brasil, a vacina BCG tem funcionado positivamente. O enfermeiro explica que não há necessidade de atualização da fórmula e nem possibilidades de substituição do medicamento.

“A BCG hoje é uma vacina que funciona muito bem, é tanto que ela é utilizada em em vários outros países, tem apresentado resultado positivo e não há necessidade nesse momento ainda no nosso país de substituição.”, esclarece.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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