Segundo Ana Maria, as dificuldades iniciais são com a contratação do pessoal e com a escala de emergência. “Mantivemos todo o quadro de profissionais que já trabalhava aqui. A dificuldade inicial tem sido na escala da emergência, porque entendemos que esse hospital é de referência da rede estadual. Nosso compromisso é que só existam pediatras na atuação da emergência, então precisamos completar a escala. A gente tem encontrado o profissional, mas precisamos acomodá-los e isso leva certo tempo”, afirmou.
Superlotação e falta de vagas
Sobre a falta de vagas na unidade, Ana Maria disse que a emergência do HEC é atípica para um hospital de referência, pois recebe pacientes sem que eles venham de outras unidades.
“Todo hospital de referência deve receber pacientes de unidades menores, como as policlínicas, unidades de pronto atendimento, entre outros. No entanto, o HEC é um hospital que chamamos de emergência de porta aberta e isso faz com que a emergência fique superlotada”, explicou.
Para melhorar a situação, a superintendente afirmou que, inicialmente, será feita uma readequação da escala de profissionais, que segundo ela, atualmente, tem somente dois profissionais de emergência. “Esse número tem que ser ampliado”, afirmou.
Demissões
Segundo a superintendente do Imip, em todas as áreas houve reformulação de escalas e alguns profissionais que têm outros empregos, não puderam se adequar e pediram para sair. “A gente trabalha com escalas pré-definidas e somos muito rígidos com o cumprimento da carga horária”, destacou.
Ana Maria disse ainda que um dos motivos para a saída da ex-diretora médica do HEC, Edilma Reis, foi devido a essa readequação. “Ela foi convidada para ser a diretora médica do hospital, mas teve que readequar a vida dela para cumprir a jornada de trabalho. Ela alegou motivos pessoais e problemas de saúde para sair”, afirmou.
Mortes
A superintendente Ana Maria informou que do dia 1º até o dia 12 de junho o HEC atendeu 1.474 crianças na emergência, e desse total teve um óbito na sala de estabilização. Ela afirmou que “outros três óbitos foram registrados em crianças com menos de 24 horas de internamento, que para a Organização Mundial de Saúde, são óbitos que não são considerados constitucionais, ou seja, são pacientes que já chegam em estado grave o bastante, e que muito pouco se pode fazer dentro de uma instituição para mantê-lo vivo”, explicou. “Não houve falha do hospital, pois os pacientes foram devidamente atendidos”, completou.
O Imip assumiu a gestão do Hospital Estadual da Criança no dia 1º de junho deste ano. O contrato tem a vigência de dois anos.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade