Saúde

Serviços de fisioterapia conveniados com o SUS estão em dificuldades em Feira de Santana

Com 25 anos de profissão e cerca de 10 atuando no Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO), o fisioterapeuta João Batista Amaro da Silva, diz que os serviços estão sobrecarregados.

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Daniela Cardoso e Ney Silva

Os serviços de fisioterapia, credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Feira de Santana, estão enfrentando dificuldades. Recentemente uma equipe do Conselho Regional de Fisioterapia fez uma verificação nas unidades de saúde e descobriu que a demanda de pacientes está muito grande para o número de profissionais contratados para fazer os atendimentos. Com 25 anos de profissão e cerca de 10 atuando no Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO), o fisioterapeuta João Batista Amaro da Silva, diz que os serviços estão sobrecarregados.

“Todos os serviços credenciados pelo SUS estão sobrecarregados e temos pouca demanda de fisioterapeutas para suprir todo o serviço. A primeira dificuldade passa pela questão do repasse, temos uma tabela do SUS que não tem reajuste há pelo menos 10 anos, isso a nível de Brasil. Com isso os serviços de fisioterapia ficam restritos. Não tem como contratar profissionais para suprir a demanda, que está dentro da resolução do Conselho Regional de Fisioterapia”, afirmou.

De acordo com João Batista Amaro da Silva, cada fisioterapeuta tem que atender no mínimo 12 pacientes por turno. Ele disse que fica caro para o hospital manter um serviço como esse, do jeito que o conselho quer que seja feito, com o atendimento a 12 pacientes por dia.

“É complicado sobreviver e manter as portas abertas, pois o repasse é tão pequeno, que não tem como cobrir nem as despesas. O conselho entendeu que a gente estava atendendo mais pacientes do que manda a resolução e que o hospital precisaria contratar mais fisioterapeutas”, disse.

Na secretaria municipal de Saúde há um pedido da direção do HTO para descredenciar o atendimento em fisioterapia pelo SUS. Usuário do serviço, o caminhoneiro Renato Santiago está preocupado com essa situação.

“Acho que tem que ter um bom senso da diretoria do HTO, pois nós dependemos daqui e em relação às outras fisioterapias estão superlotadas. Se aqui chegar a fechar, muitas pessoas vão sofrer, pois não vão achar unidades para fazer o tratamento. Isso merece muita compreensão, muito diálogo, o que não pode é essa unidade fechar. O atendimento aqui é muito bom”, afirmou.

A secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, contesta essa informação de que os serviços de fisioterapia em Feira de Santana estejam sobrecarregados. Segundo ela, está até sobrando vagas.

“É importante a população entender, que nós trabalhamos com a rede, então não focamos só em um local. Fisioterapia a gente nem agenda, pois sobram vagas durante o mês. Se um prestador já tem a sua capacidade cheia, temos outros prestadores para fazer a fisioterapia. Quando um serviço chega a sua cota, que é o que ele ofereceu no chamamento público, que é uma licitação, tem outros prestadores para também atender. Se algum dos serviços sair do contrato, nós podemos ver legalmente se este contrato pode ser passado para outro prestador, mas isso tudo só pode ser feito através de licitação”, explicou.