Daniela Cardoso
Após anúncio através de nota, de que o Hospital Estadual da Criança (HEC) / IMIP Gestão corre o risco de suspender o seu pleno funcionamento a qualquer momento, o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou ao Acorda Cidade nesta quarta-feira (8) que o hospital manterá o funcionamento e que a unidade terá uma nova gestão. De acordo com ele, não haverá rescisão do contrato, que já será finalizado no mês de maio e não deve ser renovado.
“Desde o começo da semana que já abrimos o termo para selecionar uma nova empresa que vai abrir o hospital com os 300 leitos e com cirurgia cardíaca pediátrica. Tudo isso está no atual contrato, mas não está sendo cumprido. O governo estadual está gastando muito para pagar cirurgias fora do estado, quando na verdade temos um contrato para que essas cirurgias sejam feitas na Bahia, no HEC”, afirmou.
Além de abrir com novos leitos e com cirurgia cardíaca, o secretário informou que a nova empresa que vai gerir o hospital também deve realizar outros tipos de cirurgias. Novos leitos para uma maternidade de alto risco em um dos andares do HEC, que está desocupado, também devem ser implantados com a nova gestão.
“Tudo isso será feito com a nova empresa que venha a assumir o Hospital Estadual da Criança e eu tenho convicção de que deverá vir uma empresa altamente qualificada”, afirmou Fábio Vilas-Boas, que ainda explicou os atrasos nos repasses para o HEC.
“Essa nota divulgada pelo Hospital Estadual da Criança é uma nota de má fé, que pretende desinformar a população e camuflar um contrato que favorecia a eles efetivamente. A verdade é que o Hospital da Criança com a empresa IMIP vem, de fato, com três meses de atrasos, desde 2013, ou seja, em algum momento a secretaria pulou três meses sem pagar, mas desde que assumimos a gestão, em janeiro, nós pagamos todos os meses”, disse.
O secretário afirmou que a secretaria não tem como, em três meses, corrigir um atraso de pagamento que já vem de algum tempo atrás. Ele disse ainda que o IMIP não está cumprindo as metas do contrato e que a secretaria não vai compactuar com gestores que recebem recursos para executar o contrato e que descumprem.
“Eu pago todo mês, mas estou pagando faturas do ano passado. A secretaria está pagando competências antigas nos meses atuais. Atrasos com fornecedores existem vários e estamos reduzindo. No caso específico do IMIP, eu abri uma sindicância, mandei fazer uma auditoria no contrato e vou verificar quanto a secretaria tem de recursos deles referentes a esses dois anos em que eles estão trabalhando com 50%. Depois disso vamos ver quem é que deve a quem. Provavelmente eles terão que devolver recursos para o estado”, disse.
Denúncia no Clériston Andrade
Sobre uma denúncia publicada pelo Jornal Folha do Estado na última quinta-feira (2), sobre um suposto superfaturamento na compra de materiais cirúrgicos e outras irregularidades para a execução do Mutirão de Cirurgia de Varizes, realizado no período de setembro de 2013 a maio de 2014, no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), o secretário Fábio Villas-Boas disse que tomou conhecimento durante o final de semana e que na segunda-feira (6) determinou que fosse aberta uma auditoria interna e uma sindicância para apurar a denúncia.
“As informações iniciais que nós temos de valores, com relação aos números que foram divulgados, não batem com os números efetivamente aplicados nesse hospital. Estamos em contato direto com o Ministério Público e estamos buscando as informações dentro da secretaria para verificar se houve qualquer tipo de mal feito. Se tiver, as pessoas serão punidas. Antes de fazer a divulgação e acusar as pessoas, é preciso que se apure os fatos. Eu não farei nenhum tipo de declaração, enquanto não estiver completamente municiado de informações. Tudo será apurado dentro da nossa auditoria para que tudo fique muito claro”, afirmou.