Daniela Cardoso e Ney Silva
Nos últimos 15 dias a produção do Acorda Cidade vem recebendo via WhatsApp reclamações diversas da população sobre a estrutura funcional de policlínicas, mau atendimento prestado por profissionais de saúde, falta de segurança nas unidades entre outros assuntos. A secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, faz esclarecimentos sobre essas demandas e contesta algumas reclamações da comunidade.
No último domingo, por exemplo, a policlínica do bairro Parque Ipê teve que ser fechada no início da tarde, pois havia um paciente internado, que faleceu, e pessoas do lado de fora da unidade de saúde estariam armadas e ameaçando invadir o prédio da policlínica com a intenção de agredir profissionais de saúde que estavam de serviço. A Polícia Militar foi acionada e a policlínica foi reaberta.
“A questão da segurança pública é da Polícia Militar e não nossa e quando precisamos também acionamos a Guarda Municipal e somos atendidos”, informou Denise Mascarenhas. De acordo com a secretária, as equipes das unidades de saúde são treinadas para atender bem a comunidade e isso tem sido feito. Mas, ela esclarece que algumas pessoas chegam alcoolizadas, drogadas e fazem ameaças aos profissionais de saúde.
Denise citou que no caso do Parque Ipê houve realmente um óbito dentro da unidade e que a pessoa já tinha passagens pela polícia. Ela confirmou que houve ameaças a equipe da policlínica, mas que a situação foi contornada. A secretária lembra que isso não é um caso isolado das unidades de saúde da prefeitura, mas que acontece em toda a cidade, por conta da violência.
Falta de médicos na UPA
Também no último domingo, o Acorda Cidade recebeu reclamações de que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Mangabeira estaria sem médico no início da manhã. A secretária contesta essa informação e diz que não é verdade. “Nós não temos conhecimento de nenhum tipo de falta de médico na UPA. São dois médicos 24hs. Pode ter ocorrido algum tipo de atraso na passagem de plantão dos médicos que estão saindo e dos que vão assumir”, disse, Denise.
A secretária informou que no caso das policlínicas, trabalham 93 equipes e só tem a falta de cinco médicos, mas que a situação está sendo resolvida.
Guia de óbito
Outro problema alvo de reclamações da população é com relação a guia de óbitos, que precisam ser emitidas por hospitais da cidade, quando um paciente tem morte natural, ou seja, está internado por alguma doença e morre. Nesse caso, a unidade de saúde emite esse documento para que a pessoa possa ser sepultada. No final de semana passado, o Acorda Cidade também recebeu reclamações de um caso de um paciente, que estava internado em um hospital particular e que o corpo não tinha sido liberado por falta da guia de óbito, que é emitida pela prefeitura.
Denise Mascarenhas confirma que é o município que emite essa guia, no entanto, recebe do Núcleo Regional de Saúde, antiga 2ª Dires, que reduziu de 150 para 60 o número de folhas de guias de óbitos e por isso vem faltando nos hospitais. Ela disse que vai informar ao Núcleo Regional de Saúde dessa dificuldade para que a situação seja resolvida.
Cartão SUS
Pacientes que buscam unidades de saúde do município também reclamam que chegam com dores e sintomas de dengue, Chikungunya e Zika vírus e não são atendidas, pois não têm o cartão SUS. A secretária Denise informou que esse documento é obrigatório para todos os serviços de saúde, tanto públicos como particulares e isso é uma determinação do Mistério da Saúde.
“Nós temos um banner informativo nas policlínicas sobre o recadastramento e as pessoas precisam procurar a secretaria municipal de Saúde, onde o cartão é emitido, para que possamos ter um controle do atendimento a população”, afirmou a secretária.
Segundo Denise, se a prefeitura for atender sem exigir o cartão do SUS, corre o risco de beneficiar pacientes de outros municípios, em detrimento aos moradores de Feira de Santana, que ficariam prejudicados. Ela disse que o controle desse atendimento só é possível com o cartão SUS. A exigência do documento só não é feita em casos de emergência, onde é feito o primeiro atendimento e o paciente é transferido para outro hospital.