A presidente da Sociedade de Oftalmologia de Feira de Santana (SOFS), Leonora Leal, utilizou a Tribuna Livre da Câmara Municipal nesta terça-feira (23) para chamar a atenção do poder público e da sociedade sobre os riscos de delegar a profissionais não médicos o cuidado com a saúde ocular de crianças e adultos.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Leonora explicou que o objetivo da sua participação foi conscientizar os vereadores e demais presentes sobre a importância de manter o atendimento oftalmológico na atenção primária como prerrogativa exclusiva do médico oftalmologista.
Ela destacou que, embora uma lei aprovada no ano passado tenha autorizado a atuação de profissionais não médicos na atenção básica infantil, o atendimento integral à saúde ocular é um ato médico, respaldado por jurisprudência e entendimento nacional.
Segundo a oftalmologista, o acompanhamento adequado na infância é essencial para detectar precocemente distúrbios visuais que podem comprometer a qualidade da visão. “A criança não nasce enxergando como adulto. Ela desenvolve sua visão até aproximadamente os 7 anos, período de maior plasticidade visual, no qual é possível intervir para melhorar a qualidade da visão”, explicou.
Leonora citou exemplos de tratamentos que exigem acompanhamento especializado, como prescrição correta de óculos, protocolos para controle da progressão da miopia, tratamento de ambliopia (olho preguiçoso), manejo do estrabismo e outras condições que impactam habilidades visuais, motoras e cognitivas.
A presidente da SOFS reforçou que delegar esses cuidados a profissionais não médicos pode comprometer a qualidade da visão. “A visão é um dos principais sentidos do ser humano. A qualidade visual e os tratamentos complementares dependem de acompanhamento especializado do oftalmologista”, concluiu.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e grupo de Telegram.