Rachel Pinto
Há mais de uma semana em busca de atendimento médico em Feira de Santana e sem obter sucesso, a idosa Durvalina Silva de Oliveira, de 84 anos, moradora da cidade de Tucano, tem sofrido bastante e, junto com familiares, procurou a reportagem do Acorda Cidade para relatar o drama e as dificuldades de toda a situação.
Segundo a filha da idosa, Valdice Silva Sobrinha, de 50 anos, Durvalina percorreu várias unidades de saúde da cidade e não conseguiu atendimento porque reside na cidade de Tucano e o cartão do SUS está com o endereço de lá. A idosa não consegue ficar em pé, sente várias dores no corpo e sofre com falta de ar.
Valdice contou ainda que somente em um dia, tentando buscar atendimento para a mãe nas unidades de saúde, chegou a gastar R$ 80 de táxi.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Primeiro eu a levei na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e não atenderam. Falaram que não tinha clínico para atender emergência e nos mandaram ir para uma policlínica. Fomos para a policlínica do Conjunto Feira X e atenderam na quarta-feira porque ficaram com pena. Ela foi pra casa, mas passou mal de novo. Levei na policlínica do Tomba e disseram que não iam atendê-la porque o cartão de minha mãe do SUS não é ainda de Feira de Santana”, afirmou.
Valdice relatou que a orientação dos profissionais de saúde foi que ela providenciasse fazer o cartão do SUS da mãe com o endereço de Feira de Santana. Já foi feito o pedido da emissão do cartão na Secretaria de Saúde, mas até ontem (31), não estava pronto.
O coordenador da Policlínica do bairro Tomba, José Leal, explicou o motivo do não atendimento da idosa. De acordo com ele, a portaria do Ministério da Saúde não permite que policlínica nenhuma faça internamento de pacientes, sobretudo de outros municípios.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“A obrigação é do estado e isso é portaria do Ministério da Saúde. As policlínicas de Feira de Santana têm recursos próprios do município. Não têm verba nem do governo federal nem do estado. Quem paga os custos da policlínica é o município. Nós não temos obrigação nenhuma de atender esses pacientes e atendemos. Quando o paciente vem de outro município e corre risco eminente de morte atendemos. São vários pacientes de outros municípios, de outros estados que nos procuram aqui. Ela veio da cidade de Tucano e quem tinha que conduzir essa senhora seria a ambulância do município de Tucano, devidamente encaminhada e regulada para o hospital. Os próprios familiares trouxeram, a levaram para a UPA do HGCA e a UPA estava fechada. Não atendeu e ela veio para a policlínica do Tomba. A orientação, como ela estava estável e não corria risco no momento do atendimento, era não fazer a ficha. A orientação é essa, não fazer o atendimento, a não ser quando corre risco eminente de morte”, declarou.
A produção do Acorda Cidade entrou em contato com a assessoria de comunicação da UPA do HGCA e foi informada que não há registro de passagem da paciente pela unidade de saúde nos últimos dias. A assessoria disse ainda que entrou em contato com a família e agendou atendimento para essa quinta-feira (1º). A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana também emitiu uma nota sobre a situação dos atendimentos nas policlínicas.
Conforme informações da nota, os atendimentos nas policlínicas são voltados para pacientes do município. Como a paciente solicitou o cartão do SUS e este ainda não chegou, se for atendimento de urgência, a paciente ou acompanhante pode levar um comprovante de residência. O atendimento a pacientes que não são do município deve ser feito na UPA do estado.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.