Nos últimos anos, o adoecimento mental tem crescido de forma preocupante no ambiente corporativo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade geram uma perda estimada de US$ 1 trilhão por ano em produtividade no mundo.
No Brasil, dados da Secretaria da Previdência apontam que os transtornos mentais são uma das principais causas de afastamento do trabalho, representando cerca de 10% dos benefícios concedidos pelo INSS em 2023.
Diante desse cenário, empresas têm voltado sua atenção à saúde mental dos colaboradores.
Doenças e distúrbios mentais têm aumentado nos últimos anos por motivos profissionais
O ambiente de trabalho moderno passou por transformações aceleradas nos últimos anos. A pressão por produtividade, a hiperconectividade, o medo de demissões e a insegurança sobre o futuro criaram um cenário ideal para o aumento de doenças como ansiedade, depressão, síndrome de burnout e outros transtornos psicológicos.
Segundo o Monitor Mercantil, os afastamentos por transtornos mentais cresceram 67% no Brasil em 2024, em comparação com anos anteriores.
Esses dados escancaram um problema estrutural: o esgotamento emocional, que atinge colaboradores de diferentes setores e níveis hierárquicos.
O impacto na performance, no clima organizacional e na cultura da empresa se torna evidente — um colaborador adoecido dificilmente conseguirá desempenhar seu trabalho com excelência.
Benefícios de promover a saúde emocional
Investir na saúde emocional dos colaboradores traz benefícios concretos para as empresas. A começar pela redução de afastamentos e de custos com benefícios assistenciais e planos de saúde.
Funcionários emocionalmente saudáveis tendem a apresentar maior produtividade, mais engajamento e melhor capacidade de resolução de problemas.
Outro fator importante é o fortalecimento da marca empregadora. Empresas que cuidam da saúde mental do seu time são vistas como mais humanas, atraentes e responsáveis.
Isso facilita a retenção de talentos e contribui para um clima organizacional mais positivo, onde o diálogo, a empatia e o apoio mútuo se tornam parte da cultura corporativa.
Como as empresas têm investido nesse quesito
Cada vez mais, empresas estão olhando para a saúde mental com mais atenção. Veja a seguir como esse cuidado tem se transformado em ações concretas no ambiente corporativo:
Plataformas com psicólogos à disposição
Uma das soluções mais adotadas pelas empresas é o acesso facilitado a psicólogos por meio de plataformas digitais.
Esses serviços oferecem consultas online com profissionais de saúde mental, muitas vezes com agendamento rápido e sessões sigilosas. Isso reduz a burocracia, facilita o acesso e quebra barreiras como o estigma de buscar ajuda.
Plataforma de serviços de academias
Cuidar da mente passa também pelo cuidado com o corpo. Por isso, muitas empresas passaram a oferecer benefícios como a Wellhub, antiga Gympass, que disponibiliza acesso a academias, estúdios, aulas de yoga e meditação. Essas práticas físicas têm efeito direto na redução do estresse, na regulação do humor e na qualidade do sono dos colaboradores.
Outras opções, como TotalPass e Zenklub, também têm ganhado espaço com propostas semelhantes.
Convênios médicos
Os convênios médicos continuam sendo uma das formas mais tradicionais de apoio à saúde dos funcionários.
No entanto, muitas empresas vêm buscando operadoras que contem com redes ampliadas de especialistas em saúde mental.
A inclusão de psiquiatras, terapeutas e clínicas multidisciplinares tem sido um diferencial importante na hora de renegociar ou contratar novos planos.
Necessidade de adequação à NR 1
Além das iniciativas voluntárias, as empresas também enfrentam uma exigência legal de promover ambientes psicologicamente seguros.
A atualização da norma regulamentadora NR 1, voltada à gestão de riscos ocupacionais, reforça a importância de mapear, prevenir e mitigar riscos psicossociais no trabalho.
Isso inclui não apenas fatores físicos, mas também organizacionais, como jornadas extensas, assédio moral e metas abusivas.
A atenção à saúde mental no ambiente corporativo deixou de ser uma tendência e se tornou uma necessidade.
As empresas que ignorarem essa realidade correm o risco de perder produtividade, adoecer suas equipes e enfrentar penalidades legais. Já aquelas que se adaptarem às diretrizes da NR-1 atualizada, demonstram comprometimento com o bem-estar humano e com a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo.
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