Pesquisadores da Uefs produzem bioinseticida contra pragas

Pesquisadores da Uefs produzem bioinseticida contra pragas Pesquisadores da Uefs produzem bioinseticida contra pragas Pesquisadores da Uefs produzem bioinseticida contra pragas Pesquisadores da Uefs produzem bioinseticida contra pragas

Inimigo praticamente invisível, perigoso para quem sofre de alergia e tem crise de asma, muito presente em carpetes, por exemplo, o ácaro pode ser combatido com um bioinseticida também utilizado no controle de pragas na agricultura: um produto fabricado a partir das saponinas, substâncias presentes no resíduo liquído do sisal. O bioinseticida vem sendo testado com sucesso por uma equipe multidisciplinar dos Departamentos de Farmácia e Biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
 
A aplicação desse bioinseticida foi um dos temas, nesta quinta-feira (10), do 1º Congresso Internacional de Fibras Naturais, que reúne especialistas, pesquisadores, produtores e empresários de vários países até sexta-feira (11), no Hotel Pestana, no Rio Vermelho, em Salvador.
 
Realizada em Valente, município da região sisaleira, com o apoio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesp) e do Instituto de Desenvolvimento da Região Sisaleira (IDR-Sisal), a pesquisa é coordenada pelo professor Juan Tomás Ayala Osuna, com mestrado em genética vegetal e doutorado em melhoramento genético.
 
Ayala apresentou o painel Atividade inseticida de extrato hidroetanólico, obtido a partir do resíduo líquido de agave sisalana, no controle da lagarta-do-cartuxo-do-milho. Cientificamente denominada de spodoptera furgiperda, essa praga chega a acarretar a perda de até 45% da produção de milho, ainda no período inicial da safra.
 
Testes realizados até agora comprovaram que o bioinseticida do sisal atingiu o percentual de 64% de mortalidade após 72 horas de sua aplicação na lagarta que come a folha e a espiga do milho. Segundo o professor Ayala, o produto foi testado com sucesso também no combate ao ácaro, inimigo de muitas donas-de-casa e também das crianças alérgicas.
 
Baixa toxidade
 
Com ação rápida, baixa toxicidade e fitoxidade, o bioinsetica pode ser tornar um subproduto economicamente viável para a cultura sisaleira, já que apenas 5% da folha do sisal são aproveitados e os 95% restantes jogados fora. Ayala informou que as pesquisas devem continuar, desta vez aumentando a concentração do extato hidroetanólico do resíduo da folha do sisal. O sisal gera US$ 83 milhões em divisas e cerca de 1 milhão de empregos para a Bahia e os demais estados produtores do Nordeste, conforme o coordeandor da pesquisa.
 
Continuação 
 
Nesta sexta-feira (11) o Congresso prosseguiu com três discussões: O Adensamento da Cadeia de Produção de Fibras Naturais, do professor Alcides Leão, da Universidade Estadual Paulista, Celulose e seus Nanocompósitos em Aplicações Biomédicas, do professor Bibin Mathew Cherin, da Gandhi University da Índia, e O Conceito de Biorefino – O Papel das Fibras Naturais, do professor Mohini Sain, da Universidade de Toronto, no Canadá.
 

Parte comemorativa do Ano Internacional das Fibras Naturais, o evento é coordenado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com o apoio da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Sindifibras, o Sebrae, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), as Secretarias Estaduais de Agricultura (Seagri), do Planejamento (Seplan), de Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) a Promobahia e a Prodeb.
 
Fonte: Agecom