Daniela Cardoso e Ney Silva
O Ministério da Saúde encaminhou um boletim na manhã desta terça-feira (23) para a Vigilância Epidemiológica da secretaria municipal de Saúde informando que o laboratório Evandro Chagas, no estado do Pará, confirmou que o número de pessoas infectadas com o vírus da febre chikungunya no município de Feira de Santana aumentou de cinco para 14. Ao todo foram notificados 307 casos suspeitos da doença.
Uma equipe do Ministério da Saúde esteve na manhã de hoje no conjunto George Américo para verificar a situação. No período da tarde houve uma capacitação para profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que receberam orientações sobre como proceder com as pessoas que têm os sintomas da febre.
O professor de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz, fez uma palestra no auditório da secretaria de Saúde, que ficou lotado, inclusive com profissionais de saúde que trabalham em serviços particulares, mas que se mostravam interessados no tema.
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Em entrevista ao Acorda Cidade, o Dr. Kleber, que além de professor é médico infectologista, informou que o vírus chikungunya se desenvolveu de forma muito rápida, vindo da Ásia, passando pelo Caribe, chegando até o Brasil, especificamente, em Feira de Santana. Segundo ele, a Bahia é o único estado brasileiro com casos confirmados.
Dr. Kleber informou que a sintomatologia da doença é simples, mas, às vezes, é difícil de se reconhecer para que se possa fazer um manejo adequado. Ele informou que no caso da febre Chikungunya a consulta não deve ser rápida, é preciso medir os sinais vitais, examinar as articulações para verificar se há inchaços, para se firmar o diagnóstico.
O médico salienta ainda que pessoas que tenham doenças pré-existentes, a exemplo de pneumonia, diabetes, insuficiência cardíaca ou renal, podem piorar com a crise da chikungunya. No caso de mulheres grávidas, uma vez infectadas com o vírus, existe a possibilidade de transmissão para o bebê, que pode ir a óbito.
Kleber Luz informou também que estima-se que uma parte das pessoas infectadas com o vírus possam precisar de hospitalização e, nesse caso, as principais vítimas são as crianças, mulheres grávidas e idosos.
Outro detalhe informado pelo médico é que o mosquito Aedes Aegypti pode estar infectado com dois vírus; o da dengue e o da chikungunya. Neste caso, a pessoa picada pode ter as duas doenças ao mesmo tempo.
Fazendo uma comparação entre quem está com dengue e quem está com chikungunya, Kleber Luz disse que enquanto quem está com dengue terá febre, dores de cabeça, no corpo e nos ossos, as pessoas acometidas com a chikungunya terão febre, dores de cabeça e nas articulações. Além disso, ele explica que as dores são simétricas, ou seja, elas se apresentam nos dois lados do corpo.