MULTA DE R$ 80 mil por dia

Mesmo com decisão judicial para suspender greve, médicos de Feira mantêm paralisação

A multa para o não cumprimento da ordem judicial é de R$ 80 mil por dia. A categoria disse que vai recorrer da ordem do juiz.

Andréa trindade

O  servidores da saúde, em Feira de Santana, decidiram manter a greve apesar da determinação do Juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública, Mário Augusto Albiani Filho, que concedeu, nesta quinta-feira (5),  liminar ao Estado da Bahia, autorizando  a imediata suspensão do movimento grevista promovido pelo Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado da Bahia (Sindsaude).

O juiz atendeu um pedido da Procuradoria Geral do Estado, em ação movida pelo procurador Caio Druso, e reconheceu a ilegalidade da paralisação dos servidores de saúde pública na Bahia.

De acordo com o procurador, “a greve de profissionais de saúde atenta contra o interesse público e as necessidades, especialmente, dos mais necessitados”.

No entanto,  Alzinete Bastos, do Sindimed garantiu durante entrevista ao ACORDA CIDADE, que os médicos que atuam na cidade manterão o movimento.

“Nós vamos manter a greve até o extremo e esperamos que o secretário venha com uma proposta que atenda nossa necessidade e que faça valer essa luta  que não é só dos servidores da área de saúde, mas também dos usuários que hoje se encontram em dificuldade na emergência do Hospital Clériston Andrade”, afirmou dizendo em seguida que o Secretário de Saúde Jorge Sola e o Governador Jaques Wagner, conhecem a legalidade da greve.

A multa para o não cumprimento da ordem judicial é de R$ 80 mil por dia. A categoria disse que vai recorrer da ordem do juiz. 

A médica relatou problemas estruturais do HGCA e espera um acordo entre a categoria e o governo.

“O secretário vai resistir até um certo tempo,  mas  haverá um momento em que vai se flexibilizar e  vai parar e conversar com os servidores e atender a nossa necessidade, que é o que estamos buscando” disse.

Segundo os médicos, a greve é motivada pelas más condições de trabalho e pela má assistência à população, com hospitais superlotados e sem leitos suficientes. Os trabalhadores ainda reivindicam melhoria salarial, com o cumprimento do pagamento da Gratificação de Incentivo de Desemprenho (GID), retroativo a fevereiro de 2010. Ainda segundo com a categoria, o governo não cumpriu a implantação do Plano de Cargos e Salários.
 

Com informações do repórter Paulo José, do programa Acorda Cidade

Foto: Paulo José