O Dia do Neurologista é celebrado no Brasil em 15 de outubro, em homenagem aos médicos que se dedicam ao diagnóstico e tratamento de doenças do sistema nervoso. A relação entre estilo de vida e saúde cerebral tem ganhado cada vez mais destaque na prática médica. Estudos apontam que escolhas cotidianas, como alimentação, sono e prática de atividades físicas, impactam diretamente na prevenção e no tratamento de doenças neurológicas. O médico Italo Almeida, neurologista e especialista em Medicina Integrativa apresenta esse novo olhar sobre a neurologia.
O diretor médico na clínica Neuro Integrada se destaca por unir a Neurologia e a Medicina do Estilo de Vida em uma abordagem inovadora voltada à prevenção e ao tratamento de doenças neurodegenerativas.
Compreendendo que o cérebro e o corpo funcionam de forma interdependente, por meio da Medicina do Estilo de Vida, Dr. Italo Almeida busca intervir nas causas e não apenas nos sintomas, promovendo qualidade de vida e retardando a progressão de doenças como Alzheimer, Parkinson e outras condições neurológicas crônicas.
Nos últimos anos, fala-se muito sobre uma “revolução silenciosa” na Neurologia. O profissional explica o que isso significa na prática.
“Começamos a olhar para o cérebro não mais como um órgão isolado, mas como um reflexo do corpo e de nossos hábitos. Estudos recentes mostram que escolhas diárias — como sono adequado, alimentação, atividade física e manejo do estresse — impactam diretamente a neuroplasticidade e até a formação de novos neurônios, um processo chamado de neurogênese”
Sob essa perspectiva fica entendido que o estilo de vida pode influenciar no risco de doenças neurológicas de forma significativa.
“Por exemplo, um corpo inflamado, submetido a estresse crônico e má alimentação (poucos vegetais), aumenta o risco de doenças como Alzheimer, Parkinson e AVC. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 55 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, sendo o Alzheimer a mais comum. Grande parte desses casos poderia ser prevenida ou postergada com intervenções no estilo de vida”
O médico afirma que os medicamentos continuam sendo fundamentais, mas sozinhos não dão conta de frear a progressão de muitas doenças neurológicas e muito menos preveni-las. Sendo assim ele reforça que a Medicina do Estilo de Vida (MEV) surge como um pilar baseado em ciência, que potencializa os efeitos do tratamento convencional e oferece recursos preventivos.
“Focando na prevenção. Por exemplo: na Esclerose Múltipla, os fatores de risco incluem baixos níveis de vitamina D, tabagismo e obesidade na adolescência. A recomendação é otimizar a vitamina D e seguir uma dieta anti-inflamatória. Já o Alzheimer, a atividade física regular pode reduzir em até 45% o risco da doença. Aprender novas línguas ou praticar atividades cognitivas também ajuda a fortalecer conexões neurais. Para pacientes que sofrem de cefaleia e enxaqueca, ajustes alimentares, como redução de laticínios e alimentos ricos em histamina, podem diminuir significativamente a frequência das crises”
A abordagem é também válida para quem já tem o diagnóstico associando as práticas integrativas para melhorar a qualidade de vida.
“Pacientes que adotam essas mudanças relatam diminuição da dor, melhor desempenho cognitivo e mais bem-estar. O futuro da Neurologia está na integração.
Ele está na união entre a suplementação precisa, a medicação certa, no momento certo, e o poder transformador do estilo de vida, porque são as pequenas escolhas diárias — na alimentação, no sono, no movimento e na mente — que constroem grandes resultados para o cérebro e para o corpo”, pontuou.
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