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A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou nesta quinta-feira (13) um texto em que reitera sua defesa à realização da mamografia anual a partir dos 40 anos. A recomendação do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que o exame seja feito apenas a partir dos 50, e somente a cada dois anos. O comunicado da SBM foi escrito em resposta a um grande estudo canadense publicado esta semana pelo "British Medical Journal", segundo o qual mamografias e exames clínicos anuais têm a mesma eficácia no que se refere a diagnóstico e mortalidade por câncer de mama. 
 
A pesquisa contou com 90 mil mulheres de 40 a 59 anos, divididas em dois grupos: no primeiro, as participantes faziam mamografias todos os anos. No segundo, apenas o exame clínico anual (quando o médico apalpa as mamas e axilas para detectar possíveis alterações). O número de diagnósticos de câncer em ambos os grupos foi semelhante, assim como a mortalidade pela doença (500 e 505, respectivamente), em um acompanhamento que durou 25 anos. Os resultados para as mulheres de 40 a 49 anos também foram similares aos do grupo de 50 a 59 anos. 
 
Em outras palavras, o estudo indica que submeter as mulheres a mamografias anuais pode não ser uma boa ideia. Não só pelo risco que a exposição acumulada à radiação que o exame envolve (e que a longo prazo pode aumentar a propensão ao câncer). Mas pelo alto índice de superdiagnóstico, ou seja, de tumores descobertos que não iriam necessariamente evoluir, levando mais mulheres a realizarem biópsias, cirurgias e tratamentos sem necessidade. Segundo o trabalho canadense, 22% dos cânceres detectados nas mamografias não precisariam ter sido tratados. As informações são do Uol.