Programa Mais Médicos

Ex-secretária de Saúde é contra contratação de médicos estrangeiros

Zênia considera que o Programa é uma tentativa do governo de praticar dois tipos de medicina no país; uma feita para os ricos e outra feita para os pobres.

Daniela Cardoso
 
A médica, Zênia Araújo, que é ex-secretária de saúde do município de Feira de Santana e já foi diretora do Hospital Geral Clériston Andrade, falou ao Acorda Cidade sobre o Programa do Governo Federal Mais Médicos, que prevê a ampliação de vagas de residência médica e a contratação de milhares de profissionais, inclusive estrangeiros, para melhorar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a formação dos médicos brasileiros.
 
De acordo com ela, os médicos estrangeiros não têm qualificação técnica para atender a população. Zênia considera que o Programa é uma tentativa do governo de praticar dois tipos de medicina no país; uma feita para os ricos e outra feita para os pobres.
 
“Eu não entendo como o Governo Federal pode contratar médicos estrangeiros que não tem qualificação. Eu não sou contra a importação de médicos, mas ele tem que ser médico qualificado, que tenha condição de ser contratado para qualquer bom serviço do país. A proposta do governo é importar médicos que não conseguem passar nas provas de habilitação no Brasil. Eu acho uma atitude perigosa e fico preocupada”, afirmou. 
 
Segundo a médica, a primeira exigência para que se exerça a medicina em qualquer país, é que o médico tenha o título revalidado pelo Conselho Federal. Para isso, ela conta que o profissional precisa ser aprovado em uma prova prática e em uma prova teórica, além de saber falar a língua. 
 
“Não é com isso que o governo está preocupado. Temos falta de médico no Brasil, mas é uma carência relativa, porque se a gente pegar São Paulo como exemplo, a cidade tem uma grande quantidade de médios e isso ocorre porque lá tem condição de trabalho. Por melhor formação que eu tenha, se me colocarem em um posto de trabalho sem estrutura, eu não vou conseguir exercer minha atividade de forma plena”, ressaltou. 
 
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade