Saúde

Entenda o quadro de saúde do coreógrafo Carlinhos de Jesus

Especialistas analisam e explicam a condição do artista que afeta muitas pessoas impactando suas respectivas rotinas.

Carlinhos de Jesus
Foto: Divulgação

O coreógrafo e dançarino Carlinhos de Jesus surpreendeu ao revelar no último domingo, em entrevista ao Fantástico, que enfrenta um delicado problema no quadril. Carlinhos é uma figura bastante conhecida do grande público por sua trajetória à frente de espetáculos de dança, atuação no carnaval e hoje frequentes participações no Domingão com Huck no quadro “Dança dos famosos”. Diagnosticado com bursite trocantérica e tendinopatia dos glúteos, o artista contou que as dores têm impactado sua rotina e limitado parte de suas atividades.

Essas condições, estão entre as causas mais comuns de dor na lateral do quadril e podem comprometer tanto atletas profissionais quanto pessoas sedentárias. Segundo o Dr. Pedro Pillar, professor de ortopedia do Centro Universitário Afya Itaperuna, elas costumam aparecer em corredores, praticantes de esportes de salto, dança e até em caminhadas excessivas. “São alterações frequentes também em quem faz treino de força sem equilibrar alongamento e fortalecimento. Além disso, apesar da associação com o mundo esportivo e artístico, a condição é bastante prevalente em mulheres entre 40 e 60 anos, na maioria das vezes sedentárias, devido a fatores hormonais e anatômicos”, ressalta.

No caso de Carlinhos, o tratamento deve ir além do uso de anti-inflamatórios. O especialista aponta que o objetivo principal é reduzir a inflamação, corrigir causas mecânicas e fortalecer os estabilizadores do quadril. Entre as medidas indicadas estão aplicação de gelo, fisioterapia com alongamentos e fortalecimento, uso de palmilhas em casos de desalinhamento dos membros, além de infiltrações ou terapias como ondas de choque para situações mais resistentes.

Segundo Raul Oliveira, fisioterapeuta do Centro Universitário Afya Itaperuna, em quadros como o do artista, o foco inicial é aliviar a dor. “O controle da dor é fundamental para que Carlinhos consiga participar das intervenções funcionais de forma eficaz”, explica. Ele lembra que, sem alívio adequado, há risco de o paciente evitar movimentos fisiológicos, o que pode desencadear disfunções secundárias e perpetuar o ciclo doloroso. O professor da Afya Itaperuna destaca ainda que o tratamento envolve a redução da inflamação (caso haja evidência), recuperação da mobilidade e restauração gradativa da força e resistência muscular. Esse processo, quando seguido de forma estruturada, costuma ter boa resposta clínica.

“Pacientes comprometidos geralmente apresentam evolução significativa já nas primeiras semanas, principalmente no controle da dor e na restauração funcional inicial”, afirma.

No entanto, o fisioterapeuta alerta que é essencial que o paciente não desenvolva medo do movimento. Segundo ele, a educação em dor e o suporte psicossocial fazem parte do processo, pois auxiliam na autoeficácia e no entendimento de que o movimento gradual é seguro e fundamental para a sua recuperação.

Já a cirurgia, conforme ressalta o ortopedista, é um recurso raro. Ela só é indicada quando há dor persistente por mais de seis meses, limitação funcional importante ou ruptura de tendões comprovada em exames de imagem. “Os procedimentos podem incluir desde a remoção da bursa inflamada até o reparo do tendão glúteo médio ou mínimo”, explica. Nesses casos, a recuperação é lenta. O retorno às atividades leves geralmente acontece em quatro a seis semanas, com fortalecimento contínuo por até seis meses. A retomada de esportes de impacto, por sua vez, apenas após esse período.

Enquanto segue seu tratamento, Carlinhos de Jesus enfrenta o desafio de conciliar a vida artística com os cuidados necessários para preservar a saúde do quadril. Especialistas concordam que, com o manejo adequado, o prognóstico costuma ser positivo e permite ao paciente recuperar não apenas a funcionalidade, mas também a confiança nos movimentos.

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