Roberta Costa
Feira de Santana
Em protesto contra atraso nos repasses do SUS, HDPA vai suspender atividades dia 8
Segundo o provedor não haverá prejuízo para os pacientes dos setores de Cardiologia e Oncologia
Como forma de chamar a atenção do Governo para os constantes atrasos nos repasses governamentais e o estacionamento da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), os hospitais filantrópicos do Brasil, suspenderão os atendimentos ao público na próxima segunda-feira (08).
A informação é do provedor da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, Outran Borges, que administra o Hospital Dom Pedro de Alcântara.
Serão suspensos todos os serviços ambulatoriais do hospital. Mas, segundo ele, não haverá prejuízo para os pacientes dos setores de Cardiologia e Oncologia, pois todos serão remanejados para outros dias.
“Fomos convidados pela Federação das Santas Casas Hospitalares e Entidades (FESFBA) para realizar essa manifestação em protesto à defasagem que ocorre nos hospitais filantrópicos em relação aos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS). Tem que haver uma mudança na tabela do SUS, ou os hospitais filantrópicos irão falir”, disse.
O débito do governo com as instituições filantrópicas do Brasil é de R$13,4 bilhões.
Na Bahia, elas são responsáveis pela maior parte dos atendimentos hospitalares. Em Salvador, segundo reportagem da Tribuna da Bahia do dia 26 de março, os hospitais da Criança Martagão Gesteira e Aristides Maltez – que possuem o atendimento 100% pelo SUS – ameaçam fechar as portas.
“O setor filantrópico responde por 57% da Assistência Hospitalar prestado pelo SUS. O custo de serviço anual é de R$ 14,3 bilhões e o repasse do Ministério da Saúde é de R$ 9,1 bilhões, o que representa um déficit de R$ 5,2 bilhões”, segundo Mauricio Dias, presidente da Diretoria Executiva da FESFBA.
O reajuste linear na tabela do SUS está parado há 13 anos. Nos últimos 10 anos, 14 instituições filantrópicas fecharam as portas.
“Isso leva a uma situação de quase falência dos hospitais. Os hospitais não estão suportando mais e podem fechar as portas a qualquer momento”, pontuou Outran.
Gestão – Segundo o ex-secretário de saúde do município de Feira de Santana, as instituições filantrópicas também passam por problemas administrativos, em decorrência de gestões ruins. Ele acrescentou que muitos gestores utilizam os hospitais para fins políticos.
Outran Borges disse que respeita a opinião de Getúlio Barbosa, mas reiterou que herdou o hospital com uma dívida de R$ 8 milhões. “Só a dívida com a Embasa era de R$1,500. Hoje conseguimos quitar 80% da dívida do Hospital Dom Pedro. Ou seja, pegamos um hospital falido e hoje temos grandes avanços na unidade”, concluiu.
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