SaĆŗde

Dores constantes: conheƧa o dia a dia de quem convive com a fibromialgia

Por ocasião do Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia, pacientes relatam os desafios e aprendizados com a síndrome que provoca dores crÓnicas.

ConheƧa pessoas com fibromialgia
Foto: Freepik

No Brasil, o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia, celebrado em 12 de maio, busca dar visibilidade a uma condição que atinge milhões de pessoas, principalmente mulheres, e que ainda é cercada de desinformação.

Caracterizada por dores crônicas generalizadas, fadiga, distúrbios do sono e dificuldades cognitivas, a fibromialgia é uma doença considerada invisível, já que seus sintomas não aparecem em exames convencionais. Para quem convive com ela, o impacto é real e diário.

A advogada aposentada Aleteia Patrícia Rosado de Almeida, de 48 anos, vive com a fibromialgia desde a infância, embora o diagnóstico só tenha vindo há 15 anos.

Dores constantes: conheça o dia a dia de quem convive com a fibromialgia
Aleteia | Foto: Arquivo Pessoal

“Desde os 9 anos eu sentia dores nas costas e nunca mais pararam. Aos 18, quando comecei a trabalhar como técnica de enfermagem, a situação se agravou. Trabalhava em mais de um emprego e tomava medicação entre um plantão e outro para aguentar. Era uma rotina de dor constante”, contou ao Acorda Cidade.

A jornada até o diagnóstico foi longa. Por anos, os sintomas foram tratados como problemas ortopédicos, com medicamentos para dor e inflamação. Foi apenas após procurar um clínico geral que a possibilidade de fibromialgia foi levantada e ela foi encaminhada a um reumatologista.

“O diagnóstico é clínico, feito a partir da avaliação física, porque não existe exame de imagem ou laboratório que comprove a fibromialgia”, explicou.

Desde então, Aleteia faz tratamento com medicamentos, mas destaca que o que mais trouxe alívio foram as mudanças no estilo de vida.

“Hoje sou acompanhada por uma nutricionista. Cortei glúten, leite, açúcar, alimentos processados e perdi muito peso. O exercício físico e a alimentação saudável foram as atitudes que mais me ajudaram, até mais do que os remédios”, afirmou.

Direitos da pessoa com fibromialgia

O Projeto de Lei 598/23 considera a fibromialgia como deficiência para todos os efeitos legais, e obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a fornecer gratuitamente medicamentos para tratar a doença.

“Por muito tempo, nem se falava em direitos. Só agora, com a lei aprovada, fomos incluídos no rol de pessoas com deficiência. Sei que as pessoas também com fibromialgia têm direito ao auxílio-doença temporário e têm direito até à aposentadoria por invalidez, caso seja comprovado por incapacidade permanente. Tem também a gratuidade no ônibus coletivo e a nível estadual eu acredito que também, cumprindo as exigências que o Estado ou que as cidades devem exigir, eu acredito que também tenha gratuidade nos ônibus intermunicipais”, pontuou.

Apesar de todas as dificuldades, Aleteia deixa uma mensagem de esperança. “É possível conviver, é possível sobreviver, ser alegre e feliz. Mude seu estilo de vida, cuide do corpo e da mente. Com fé e disciplina, a vida melhora,” apontou.

Em Feira de Santana, a fibromialgia é reconhecida pela Secretaria de Saúde e a população com a doença tem direito:

  • a atendimento preferencial, incluindo filas e estacionamento, conforme a Lei Municipal nº 3.962 de 2019.

Além disso, a Secretaria de Saúde oferece uma carteirinha de prioridade para portadores de fibromialgia, que pode ser solicitada no setor de protocolo. Para solicitar a carteirinha, é necessário apresentar RG, CPF, comprovante de residência e laudo médico com o diagnóstico da doença, como informou a Prefeitura Municipal de Feira de Santana.

A experiência de Célia

Aos 72 anos, a idosa Célia Maria Simões também compartilhou sua experiência com a fibromialgia. As dores começaram há mais de duas décadas.

“Eu sentia dor em todo o corpo, cansaço extremo, e uma sensibilidade absurda ao toque. Uma criança encostava em mim e eu já sentia dor. Procurei um neurologista, e ele diagnosticou a fibromialgia,” relembrou.

O caminho de tratamento incluiu medicamentos, fisioterapia e exercícios físicos.

“Melhorei bastante, mas ainda hoje sinto dores. É uma doença horrível, porque a gente sente dor o tempo todo e, mesmo com tratamento, o alívio nunca é completo.”

Com informações e produção da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

Leia também: “A dor não é visível, mas a luta é real”: Ação Social no centro da cidade marca o Dia da Fibromialgia em Feira de Santana

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e do grupo no Telegram.