
Uma história de superação. É assim que as pessoas, que conhecem Zaíne Oliveira, definem a trajetória dela. Aos 29 anos, a jovem natural de Riachão do Jacuípe, recebeu o diagnóstico de câncer colorretal, com metástase em um dos ovários. Ao longo do processo a metástase atingiu o pulmão, o fígado, e o outro ovário.
Entre quimioterapias e uma grande cirurgia, Zaíne, hoje com 32 anos, representou a causa sendo escolhida como Embaixadora da Caminhada do Amor, promovida pela Santa Casa de Feira de Santana no último domingo (9) em Feira de Santana.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Zaíne relatou que antes do diagnóstico, os sinais eram sutis. Dor abdominal, cansaço, sangramento nas fezes. Ela associava os sintomas ao período menstrual. Quando descobriu, o estágio já estava avançado, mas a primeira reação dela foi pensar no que poderia ser feito para se curar.
“Só depois, com os exames: ultrassonografia e ressonância que veio o diagnóstico. Eu lembro que quando ouvi o médico dizer que era câncer eu pensei: ‘certo e o que eu faço agora?’ Eu não chorei, não me desesperei, eu só pensei em fazer o que precisava ser feito para me curar, eu cresci servindo a um Deus que tudo pode, e no momento que a doença chegou, foi imediata a minha fé no milagre.”
Diagnóstico e informação
Um dos impactos no início foi a falta de informação, porque Zaíne não tinha conhecimento sobre o câncer colorretal, e portanto não imaginava que pudesse acontecer com ela, especialmente por ser tão jovem.
“A falta de informação atrasou a minha busca por ajuda. Hoje eu falo sobre isso porque quero que as pessoas prestem atenção nos sinais e procurem o médico cedo. A informação salva vidas, hoje eu entendo a importância de ouvir o corpo, ele sempre fala com a gente, e quanto antes a gente escuta, mais chances tem de agir.”

Há três anos atrás, quando o diagnóstico veio, a filha de Zaíne tinha 1 ano de idade. Ela contou que a fé a sustentou em todo o processo, e apesar dos dias em que as dificuldades físicas bateram à porta, ela se manteve confiante na recuperação.
“Nunca pensei em desistir, mas enfrentei e enfrento, dias em que o cansaço e a dor me entristecem. Mas sempre que eu olho para minha filha, lembro do porque estou aqui e quando a fé entra, o medo sai.”
Cicatrizes que contam histórias
Dando continuidade ao tratamento, há um ano atrás, ela precisou passar por uma cirurgia em que retirou um tumor de 7,5 kg da cavidade abdominal. Momento delicado, mas a cirurgia mudou tudo.

“Foi uma das experiências mais dolorosas e ao mesmo tempo mais reveladoras da minha vida. Eu literalmente renasci, quando acordei e vi que estava viva e inteira, naquele momento eu entendi o quanto Deus foi misericordioso comigo, além da fé eu tive a benção de ter comigo profissionais que lutaram e lutam por mim.”
Ainda em tratamento, Zaíne não pode negar que os desafios foram constantes, as mudanças causaram aflição em alguns momentos.
“É uma montanha russa, tem dias de força e tem dias de exaustão. O corpo muda, a rotina muda, mas o coração aprende a ver beleza até nos dias mais difíceis. eu já sofri muito por ser tão jovem e passar por tantos processos, ver meu corpo mudando, cicatrizes, o cabelo indo embora, mas hoje eu aprendi a amar cada detalhe que tenho, as cicatrizes contam a minha história de força e é nisso que me apego.”
Mesmo com o passar do tempo ela manteve o entendimento de que o desespero, não poderia fazer parte nem da sua personalidade e nem do processo de recuperação.
“Aprendi que vencer não é só estar curada, é levantar todos os dias e continuar acreditando, mesmo quando parece impossível, eu vivo na certeza de que todos os dias são um milagre e isso me ajuda a seguir com fé.”
A jovem mantém mantém uma rotina ativa, ela defende que buscar formas de estar bem consigo mesma, é parte essencial. Zaíne escolheu viver, e não apenas sobreviver.
“Mesmo com as limitações, eu busco me movimentar, sorrir, estar presente. A dança, o mar, a lua, minhas amigas, minha família e minha filha, e minha cachorra Lulu, me lembram que ainda há muito pra sentir e viver. Eu respeito o meu corpo, descanso quando preciso e volto a viver no dia seguinte.”
Mensagem de fé e esperança:

Para quem está passando por uma situação parecida, Zaíne deixa a mensagem para que não perca a fé, e acredite que mesmo quando tudo parece impossível, há chances de lutar e vencer.
“O tratamento é difícil, mas a vida continua acontecendo. Cuidem sempre da mente, do coração e da alma. E sempre lembrem: nós não somos a doença, somos muito maior que ela. Não dá pra esperar estar tudo bem pra ser feliz, dá pra ser feliz enquanto luta.”
“E volto a reafirmar: existe um Deus vivo que conhece a nossa história antes mesmo da gente nascer, ele tem o controle de tudo, basta confiar.”
Com informações da jornalista Daniela Cardoso do Acorda Cidade
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