Aconteceu entre os dias 3 e 4 de junho a 13ª edição da Conferência Municipal de Saúde em Feira de Santana. O evento, que deve acontecer no início de cada gestão municipal, neste ano foi realizado de 8h às 2h no auditório da Faculdade Anhanguera, localizada na avenida José Falcão da Silva.
O tema central foi: Saúde Única e de Qualidade para sua Efetivação. O objetivo do evento foi reafirmar, impulsionar e efetivar os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo o diálogo entre poder público e sociedade civil.
A reportagem do Acorda Cidade esteve no local e conversou com o Secretário Municipal de Saúde, Rodrigo Matos, sobre a finalidade do encontro. “A conferência é a expressão máxima de um princípio organizativo do SUS, que é muito importante, que é a participação popular e, do ponto de vista objetivo, ela serve para subsidiar o Plano Municipal de Saúde.”
O secretário explicou que este evento é a base para a construção do plano municipal de saúde, que consiste em todo o planejamento que a Secretaria de Saúde tem que fazer para os próximos quatro anos, até 2029. O secretário pontuou que nada que venha a ser feito durante a gestão municipal atual pode estar dissociado do plano municipal de saúde, que será aprovado no Conselho Municipal de Saúde.
Por esse motivo, na conferência a participação da comunidade é essencial, o secretário informou inclusive que a aprovação das propostas depende também dos votos das pessoas da comunidade que são delegadas a participar da votação.
“A gestão do SUS, ela é participativa, ela conta com os usuários, conta com os gestores, conta com os prestadores. Pessoas da comunidade, os delegados que são as pessoas que votam para as propostas serem aprovadas ou não, representam 50%. Ou seja, a sociedade civil tem 50% de participação nos conselhos e aqui na conferência também. Então, para você ver a importância que tem os usuários, porque são as pessoas que sentem na pele o dia a dia dessa prestação de serviço.”
Questionado sobre pontos de melhorias na saúde pública de Feira de Santana, Rodrigo Matos declarou que durante o encontro foram destacados principalmente um financiamento que consiga abranger os atendimentos e modo geral.
“O que eu poderia ressaltar é a questão relacionada ao financiamento. É público e notório que o financiamento não dá conta de todas as demandas do SUS em nosso território e questões de infraestrutura, e também questões assistenciais, protocolos mais bem colocados. Mas isso tudo passa também pelo financiamento.”
O evento é organizado pelo Conselho Municipal de Saúde, contando portanto com a presença de Ana Cristina Franqueira, Secretária Executiva do Conselho que avaliou positivamente os resultados dos 2 dias de encontro. “Nós avaliamos esses dois dias como satisfatórios, porque as propostas que foram aqui elencadas e aprovadas por todos os três segmentos presentes, usuários, gestores e prestadores, elas foram bastante optativas.”
Ana Cristina explicou que não há como precisar o tempo exato para a execução de todas as propostas, mas que a realização é garantida.
“A propostas elas serão avaliadas e elas devem ser implementadas e realizadas no município, nós não podemos dizer que elas serão realizadas em um dia, em dois dias, em um ano, mas elas serão sim realizadas. Por exemplo, nós tivemos uma conferência de saúde, se não me falha a memória, a 10ª Conferência Municipal de Saúde, onde foi proposto a construção do Hospital Municipal de Feira de Santana. E nós estamos agora no ano de 2025 com a sua efetivação.”
Terapias Integrativas entraram na discussão
Em entrevista ao Acorda Cidade, a Assistente Social Ana Pompeia pontuou que a inserção de terapias integrativas no atendimento público municipal foram discutidas em um dos eixos da conferência. Terapia integrativa é aquela que utiliza recursos terapêuticos com métodos naturais para melhorar a saúde e bem-estar físico.
“Esse assunto foi muito debatido no eixo ao qual participei, que foi o eixo 2, que tratou da atenção primária e vigilâncias. Então, nós solicitamos muito nesse eixo que as Práticas Integrativas Complementares de Saúde (PICs), fossem de fato efetivadas nas unidades de saúde como um fator positivo para prevenir doenças.”
A assistente enxerga a terapia integrativa como forma de evitar que alguns quadros clínicos piorem ao ponto de precisar de outros recursos.
“As pessoas procuram tantas unidades de saúde e não conseguem determinados atendimentos, se tivessem acesso às práticas complementares, talvez não chegassem a tomar tantas medicações. É lógico que essa é uma prática complementar, mas como tem ventosas, ventosoterapia, aromoterapia, cromoterapia, também nos ajudam a ter uma qualidade de vida melhor.”
O terapeuta integrativo Carlos Antônio Magalhães, participou da conferência. Ele acredita que as terapias integrativas são uma especialidade que podem ser implementadas na rede pública municipal de Feira de Santana.
“Feira de Santana sai na frente com relação à organização, os conselhos locais de saúde, tem dado um passo muito grande com relação às práticas integrativas também. Nós entendemos que precisa haver financiamento. Porque acontecendo esse financiamento, as práticas acontecerão dentro das unidades de saúde.”
O terapeuta acrescentou que pensar em uma clínica especializada é importante para conseguir atender melhor. “Precisa-se de um centro de referência específico para as práticas integrativas. Porque as práticas estão na baixa, média e alta complexidade. Como há uma sobrecarga nessas demandas de saúde nos municípios, e em específico também em Feira, um centro de referência específico para as práticas integrativas seria o ideal para atender a demanda da população.” ressaltou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e Youtube e grupo de Telegram.