
As dores nas articulações deixaram de ser um problema restrito a idosos e passaram a afetar pessoas cada vez mais jovens, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Estima-se que três em cada dez brasileiros adultos sofram com dores articulares, especialmente nos joelhos, ombros e coluna. O avanço do sedentarismo, o aumento do tempo em frente a telas e o excesso de peso estão entre os principais fatores que explicam esse crescimento.
De acordo com a fisioterapeuta Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas, a dor nas articulações é um sinal de alerta que precisa ser avaliado com atenção. “A dor articular indica que há algo fora do equilíbrio, pode ser sobrecarga, fraqueza muscular ou alterações posturais. O tratamento eficaz começa com um diagnóstico preciso, que permite identificar a origem real do problema e evitar que ele se torne crônico”, explica.
Diagnóstico e critérios de tratamento
O processo de avaliação é um dos pilares da fisioterapia. Antes de qualquer intervenção, o fisioterapeuta analisa quando a dor começou, o tipo de movimento que causa desconforto e se há histórico de lesões ou doenças associadas, como artrite, artrose ou tendinite. “A dor pode estar no joelho, mas a origem pode ser um desalinhamento da postura ou uma pisada inadequada. Por isso, o olhar clínico global é essencial”, destaca Mariana.
A especialista lembra que o tratamento deve ser sempre personalizado e pode incluir diferentes recursos terapêuticos. “O objetivo é restaurar a função, reduzir a inflamação e recuperar a mobilidade. A abordagem pode combinar técnicas manuais, exercícios de fortalecimento e orientações posturais, com foco em devolver ao paciente o movimento natural e sem dor”, afirma.
Técnicas mais indicadas
Entre as principais técnicas utilizadas na fisioterapia para dores articulares estão:
- Terapia manual, que ajuda a liberar tensões e a restaurar o movimento natural da articulação;
- Cinesioterapia, com exercícios direcionados para fortalecimento e equilíbrio muscular;
- Eletroterapia e termoterapia, que reduzem inflamações e aliviam o desconforto;
- Liberação miofascial, voltada à melhora da amplitude de movimento e da flexibilidade;
- Reeducação postural global (RPG), fundamental para prevenir recidivas e corrigir compensações corporais.
“A constância é determinante para o sucesso do tratamento”, reforça Mariana. “A dor não desaparece de um dia para o outro. O paciente precisa entender que reabilitar é um processo progressivo, e cada ganho, por menor que pareça, é uma conquista funcional importante.”
Cuidados e exercícios que podem ser feitos em casa
Segundo a fisioterapeuta, algumas práticas simples ajudam a reduzir o desconforto e prevenir crises de dor:
- Alongamentos suaves ao acordar e antes de dormir;
- Pausas a cada hora para quem trabalha sentado;
- Compressas mornas em casos de rigidez e frias quando houver inflamação;
- Caminhadas leves ou hidroginástica, que aliviam o impacto nas articulações;
- Manter o peso corporal equilibrado, para evitar sobrecarga nas articulações.
A especialista ressalta que essas medidas complementam, mas não substituem o acompanhamento profissional. “A orientação individual é essencial para garantir segurança. O exercício feito de forma errada pode agravar o quadro e gerar novas lesões”, alerta.
Para Mariana Milazzotto, cuidar das articulações é cuidar da saúde integral. “As articulações são a base do movimento. Quando a pessoa volta a se mover sem dor, melhora o humor, o sono e até a disposição. A fisioterapia não trata só a articulação, ela devolve qualidade de vida”, conclui.
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