Presente na mesa de quase todos os brasileiros, especialmente no café da manhã, o pão é um dos alimentos mais consumidos no dia a dia. Apesar de sua popularidade, muita gente tenta evitar, acreditando que ele pode fazer mal à saúde. Mas será que comer pão todos os dias realmente traz riscos ou é apenas mais um mito da alimentação? Essa é uma dúvida comum para quem busca adotar hábitos alimentares mais saudáveis.
Para responder, o Acorda Cidade conversou com o nutricionista Erival Amorim, que trouxe uma visão equilibrada sobre o tema.
“É uma pergunta bem polêmica. Na verdade, o pão é um alimento rico em carboidrato, fonte de farinha de trigo. O grande problema do consumo excessivo se dá principalmente em indivíduos diabéticos, que têm um impacto muito grande na glicemia, e também com relação aos que têm alergia à proteína, no caso os pacientes que têm doença celíaca, e também os intolerantes à lactose, por causa dos componentes, dos ingredientes presentes no pão.”
Mas ele alerta: mesmo para quem não tem restrições, comer pão todos os dias pode não ser o ideal. “Existe uma lei da nutrição que fala sobre variedade alimentar. O ideal não seria estar consumindo pão todos os dias, mas sim variando com alimentos como batata-doce, inhame, banana-da-terra, aipim… para evitar a monotonia alimentar, que pode ser prejudicial à saúde.”
E quanto à ideia de que pão engorda? Segundo Erival, um dos maiores mitos associados ao pão é o ganho de peso. Na verdade, o que conta é a quantidade que você coloca no prato. Para ele, nenhum alimento, de maneira isolada, pode estar associado ao ganho de peso.
“O ganho de peso está muito relacionado ao consumo excessivo de calorias. O pão realmente é um alimento que é rico em calorias e que, se consumido de maneira frequente em uma quantidade elevada, realmente pode estar associado ao ganho de peso. Mas a gente não pode criar essa imagem de que quem come pão vai ganhar peso ou quem come pão vai se tornar um indivíduo obeso. É muito essa questão da variedade alimentar e também da quantidade. Se a pessoa está consumindo uma fatia ou duas de pão, ou se a pessoa está consumindo 5, 6, 7, 8 pães franceses durante o dia”, alertou.
Integral x Branco: Qual o mais indicado?
Segundo o nutricionista, a diferença entre os tipos de pães está na composição. Ele explicou que, ao escolher entre o pão branco e o integral, é importante considerar que os ingredientes do pão integral são, de fato, integrais, o que significa uma maior quantidade de fibras, vitaminas e minerais. Esses nutrientes fazem com que, principalmente do ponto de vista do controle glicêmico, o pão integral seja mais saudável em comparação ao pão branco, feito com farinha de trigo refinada, a mais utilizada.
O pão “Nutella”? Ou funcionais e sem glúten
Diferentemente do pãozinho tradicional, o francês, cacetinho, de sal, leite ou milho, existem os pães com outros ingredientes como chia, linhaça e aveia. Para Erival, esses são excelentes opções.
“Quando a gente adiciona esses ingredientes no pão, estamos inserindo nutrientes funcionais e esses alimentos vão ter funções específicas além da nutrição. Eles vão desempenhar um papel positivo na nossa saúde. Então, eles vão ser fonte de fibra, de micronutrientes como zinco, magnésio, que são essenciais para a nossa saúde. Então vão auxiliar no controle da glicemia, vão auxiliar no nosso trânsito intestinal.”
E o tão falado pão sem glúten, será que é mais saudável para todos?
Ele explicou que devem ser priorizados por quem realmente precisa dessa restrição. “Esses pães sem glúten, eles são direcionados à população que tem algum tipo de alergia à proteína do glúten, no caso os pacientes que têm doença celíaca. Então, para o indivíduo que não tem doença celíaca, que não tem alergia à proteína do glúten, a proteína presente, na verdade, nesse pão, não teria por que fazer a restrição e consumir somente alimentos sem glúten.”
Para quem busca substituir o pão, o nutricionista sugeriu alimentos regionais como: inhame, batata-doce, batata-abóbora, batata yacon, banana-da-terra e aipim.
“A questão da variedade alimentar é importante. Vamos substituir por alimentos que também sejam fontes de carboidrato, que vão ofertar, na verdade, o carboidrato que é a nossa principal fonte de energia. Todos esses são alimentos que são fontes de carboidrato e que têm uma função importante para a nossa saúde, que é justamente o quê? Fornecer energia para o nosso corpo.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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