Na última semana, o jogador Éverton Ribeiro, meio campo do Esporte Clube Bahia, revelou publicamente que recebeu o diagnóstico de câncer de tireoide. A descoberta foi no início de setembro, e no dia 6 de outubro, uma semana atrás, ele passou pela cirurgia, onde foi realizada a retirada total da tireoide. O Acorda Cidade conversou com uma médica endocrinologista sobre o assunto que ainda é pouco conhecido por muitas pessoas.
O diagnóstico de Éverton veio durante exames de rotina na reapresentação do Bahia após as férias. O jogador declarou que a detecção precoce só foi possível devido ao acompanhamento médico regular do clube, já que não haviam sintomas.
É o que explica a endocrinologista Gerusa Brandão. De acordo com a médica, existem outras doenças relacionadas a tireoide e normalmente elas apresentam sintomas, mas no caso de câncer, é mais difícil descobrir porque os sintomas não costumam se apresentar.
“Em relação específica ao câncer de tireoide, não há sintomas envolvidos, na maioria dos casos se descobre através da ultrassonografia, quando a pessoa nota que tem alguma coisa diferente no pescoço, um carocinho, ou alguma dificuldade no engolir, faz o ultrassom identificamos o nódulo a partir da vai ser realizada uma punção da tireoide que vai dar o diagnóstico se aquele nódulo é benigno ou maligno”
Qual a função da tireoide no corpo?
A tireoide é uma glândula que controla o metabolismo do corpo humano. A médica explica que ela produz dois hormônios, o T3 e o T4, que são hormônios regulatórios do nosso organismo.
“Por exemplo, o ritmo que nós respiramos, que o coração bate, que nós gastamos energia, que nós acumulamos energia, o ritmo do intestino, tudo no nosso corpo, ele é ditado pela ação dos hormônios tireoidianos”, esclarece.
Fatores de risco para câncer de tireoide
De acordo com a especialista, há diversos fatores que podem aumentar as possibilidades de desenvolver um câncer de tireoide ao longo da vida, entre eles o fator hereditariedade.
“Fatores relacionados à alimentação ruim, obesidade, radiações eletromagnéticas, excesso de exames que levam radiação ionizante, quimioterapias por outras doenças, radioterapias, suplementações não ideais para o corpo humano. Além da própria hereditariedade, então, numa família onde há casos de neoplasia, de nódulos, de hipotireoidismo, você tem mais chances de desenvolver doenças, do que naquelas famílias onde não há casos”.
Tratamento
A médica Gerusa Brandão informou que o tratamento inicial para os casos de câncer é cirúrgico. Na cirurgia pode ser realizada a retirada parcial ou total da tireoide.
“Depois que saem os resultados dessa cirurgia, da biópsia, a gente vai estratificar o paciente e ver se é necessário fazer radioterapia. Recentemente, no Brasil, temos alguns tratamentos que são alternativos à cirurgia quando se trata de nódulos muito pequenininhos, que é chamado de radiofrequência”
Outras doenças da tireoide
As principais doenças relacionadas a disfunções na tireoide são o hipertireoidismo e o hipotireoidismo, a especialista Gerusa explica as diferenças entre as doenças.
Hipotireoidismo – “Está relacionado à falta de hormônio, onde o organismo do indivíduo vai ter um comportamento mais lentificado”. Neste caso, os sintomas clínicos mais comuns são queda de cabelo, unhas ressecadas, memória mais lenta, dificuldade de aprendizado.
Hipertireoidismo – “O excesso do hormônio tireoidiano, que vai causar aspectos clínicos relacionados à hiperreatividade. A pessoa fica com o coração batendo mais rápido, com sudorese profusa, pode ter perda de peso”. Nos casos de excesso, o paciente pode ficar mais reativo, apresentar irritação e insônia.
O acompanhamento médico é essencial para garantir um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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