Combate à dengue

Automedicação em casos de dengue pode até agravar complicações da doença

Número de casos de dengue têm aumentado no país, segundo o Ministério da Saúde; 75% dos focos estão nas residências.

Automedicação em casos de dengue pode até agravar complicações da doença Automedicação em casos de dengue pode até agravar complicações da doença Automedicação em casos de dengue pode até agravar complicações da doença Automedicação em casos de dengue pode até agravar complicações da doença
Larva da Dengue
Foto: ACM

Somente em 2024, o Brasil já registrou mais de meio milhão de casos de dengue. Os dados são do Painel de Arboviroses, do Ministério da Saúde. A projeção do órgão é que o país registre 4,2 milhões de casos de dengue neste ano, o que seria um recorde nacional. A orientação é que os cuidados para eliminar os focos do Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença e de outras, como zika e chikungunya, sejam redobrados. Para quem está com algum dos sintomas da doença, a orientação é não se automedicar. A automedicação, em casos de dengue, pode até agravar a situação.

A farmacêutica Kátia Tichota explica que alguns fármacos, como os anti-inflamatórios não esteroides, podem agravar complicações da doença, como hemorragias. A automedicação pode também levar à subestimação da gravidade do quadro. “A automedicação apresenta sérios riscos à saúde e, em caso de dengue, não é diferente. Os sintomas podem ser mascarados pelos medicamentos utilizados, dificultando o diagnóstico preciso”, explica a profissional, que também é professora do curso de Farmácia da Estácio.

De acordo com a farmacêutica, em alguns casos, a automedicação em pacientes com dengue pode levar, inclusive, a óbito. “A automedicação na dengue pode ter consequências fatais. A subestimação da gravidade da doença e o uso inadequado de medicamentos podem agravar os sintomas, levando a complicações sérias, como o choque hemorrágico, que pode resultar em óbito. Portanto, é necessário que qualquer suspeita de dengue seja prontamente avaliada por profissionais de saúde”, alerta.

Diante da suspeita de ter sido picado pelo Aedes aegypti, ela explica que o correto é procurar atendimento médico imediatamente. A orientação é não se automedicar e relatar ao profissional de saúde todos os sintomas e detalhes relevantes. Exames laboratoriais específicos podem confirmar a presença do vírus da dengue e auxiliar no diagnóstico diferencial com outras enfermidades.

Sintomas da dengue

Enfermeira e professora do Estácio Feira de Santana, Jayane Carneiro destaca que é fundamental reconhecer os principais sintomas da dengue para uma intervenção precoce e eficaz.

“Os sintomas típicos incluem febre súbita, dores de cabeça intensas, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, fadiga e erupção cutânea. Ao orientar a população, destaco a importância da vigilância atenta a esses sinais, buscando identificar precocemente casos suspeitos. A educação contínua sobre os sintomas e práticas preventivas da dengue é importante para fortalecer nossa resposta eficaz diante dessa doença transmitida por mosquitos”, afirmou.

Prevenção dentro de casa

O Ministério da Saúde divulgou recentemente os resultados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) de 2023. Os números indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.).

O levantamento apontou, ainda, que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.

Por isso é importante lembrar que a população desempenha um papel essencial na prevenção da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Jayana destacou algumas medidas importantes:

  1. Eliminação de Criadouros: Remover recipientes que possam acumular água parada, como vasos, pneus e garrafas, pois são locais propícios para a reprodução do mosquito.
  2. Manutenção de Caixas d’água: Certificar-se de que as caixas d’água estejam devidamente tampadas, sem frestas, para impedir a entrada do mosquito.
  3. Limpeza de Calhas: Manter as calhas desobstruídas, evitando acúmulo de água, que pode se tornar um local propício para a reprodução do Aedes aegypti.
  4. Uso de Repelentes: Utilizar repelentes e roupas adequadas, principalmente em áreas com alta incidência de casos de dengue.
  5. Tela em Janelas e Portas (se possível): Instalar telas em janelas e portas para impedir a entrada do mosquito em ambientes residenciais.
  6. Cuidado com Pratinhos de Plantas: Evitar o acúmulo de água em pratinhos de plantas, trocando a água regularmente.
  7. Conscientização: Promover a conscientização da comunidade sobre a importância do combate ao mosquito, por meio de campanhas educativas e informações sobre prevenção.

“Ao entender que essas práticas são responsabilidade de todos, a população contribui de maneira significativa para a redução dos criadouros do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, para a prevenção da dengue”, destacou a Enfermeira.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram