Feira de Santana
Audiência Pública discute fechamento de maternidade do Hospital Dom Pedro
A diretora geral da instituição, Sandra Peggy, falou sobre as dificuldades, principalmente com relação a leitos e a profissionais.
Daniela Cardoso
Uma Audiência Pública foi realizada nesta sexta-feira (12) na Câmara Municipal de Feira de Santana, para discutir o fechamento da obstetrícia do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA), que possui 16 leitos para mãe e nove vagas para berçário. A diretora geral da instituição, Sandra Peggy, falou sobre as dificuldades, principalmente com relação a leitos e a profissionais.
"Nós estamos com muita dificuldade nas escalas. Hoje temos a maternidade funcionando de segunda à sexta, mas não temos plantonistas a noite e nem nos fins de semana e feriados. Isso fez com que a gente começasse a pensar na hipótese do fechamento, porque não estamos com a quantidade ideal de profissionais”, afirmou.
De acordo com Sandra Peggy, além do obstetra, na sala de parto também tem que ter um pediatra, que segundo ela, é outra dificuldade do HDPA. A diretora disse ainda que a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) está defasada há algum tempo. “Esse é o maior grito de alerta até mesmo das Santas Casas que paralisou as atividades no último dia 8”, lembrou.
O diretor do Hospital Mater Dei, Gilberto Campos Ferreira, disse que essa situação é preocupante para as maternidades que também trabalham com o SUS, já que os atendimentos que são feitos no HDPA, vão ter que ir para outras unidades de saúde. “Isso vai acarretar uma sobrecarga que já é insuportável. A Mater Dei, por exemplo, faz uma média de mais de 500 internamentos por mês na área de obstetrícia”, informou.
A secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, disse que o HDPA trouxe à tona a situação que está vivendo e que se reflete em muitos hospitais do Brasil. Segundo ela, todos, enquanto entes federativos e sociedade civil, têm que se unir para encontrar soluções. A secretária disse ainda que o fato do hospital atender gestantes de toda a região, agrava ainda mais o problema da falta de leitos e de obstetras.
“É interessante dizer e reforçar que a Santa Casa é um prestador privado e sem fins lucrativos. Ela tem um percentual que tem que executar sua filantropia do SUS e tem feito isso com muito respeito. Existem várias propostas para tentar resolver essa questão da obstetrícia. Vamos conversar com as cidades da microrregião para saber a situação de cada uma”, disse.
Hospital da Mulher
A diretora da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilbert Lucas, falou sobre os problemas do Hospital da Mulher, que segundo ela, é mantido com 75% de recursos do município e 25% com recursos do SUS.
“Hoje o município não tem a capacidade financeira de aumentar os leitos do hospital e precisa de parcerias junto com o Estado. A nossa preocupação hoje é com o dia a dia. É muito difícil pra gente ver a gestante chegar e não ter vaga. Essa é uma dificuldade que vivemos todos os dias”.
A realizaão da audiência atendeu ao requerimento de nº 37/2013, de autoria do vereador José Carneiro Rocha (PSL). O evento foi conduzido pelo presidente da Casa da Cidadania, Justiniano França (DEM), que compôs a mesa com a secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas; a diretora do Hospital da Mulher, Gilbert Lucas; o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Outran Borges; além dos deputados estaduais Targino Machado (PSC) e Carlos Geilson (PTN).
Compareceram também à sessão especial a diretora do Complexo Materno Infantil, Charline Portugal; o diretor do Hospital Mater Dei, Gilberto Campos; a diretora do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), Iraci Leite da Silva; o assessor geral do HGCA, Francisco Queiroz; a coordenadora administrativa do HDPA, Ana Verena; o advogado do Sindicato dos Enfermeiros de Feira de Santana, Ronaldo Mendes; além de outros profissionais da saúde, da imprensa e pessoas da comunidade.
O evento contou ainda com a presença dos edis Edvaldo Lima (PP), Tonhe Branco (PSC), Marcos Lima (PRP), Neinha (PMN), Gerusa Sampaio (PSD), Nery (PT), Isaías de Diogo (PPS), Correia Zezito (PTB), Welligton Andrade (PTN), Beldes Ramos (PT), Robeci da Vassoura (PHS), Roque Pereira (PTN) e Pablo Roberto (PT).
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Assuntos