
Servidores do Hospital da Mulher acompanharam a sessão da Câmara de Vereadores de Feira de Santana nesta terça-feira (18). O ato simbólico aproveitou o mês alusivo para reforçar a importância do combate à prematuridade, condição pela qual a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o nascimento de bebês antes da 37ª semana de gestação.
Gilberte Lucas, presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana (entidade que é responsável pelo Hospital da Mulher), utilizou o momento da tribuna livre na sessão para apresentar dados que reforçam a importância da prevenção. Neste ano, somente até o mês de setembro, cerca de 750 crianças nasceram de forma prematura na unidade.

“A gente faz esse ato aqui na Câmara para falar da importância de novembro, o mês do cuidado intensivo com os bebês que nascem prematuros. Já existe uma lei municipal que institui a Semana da Prematuridade a ser realizada anualmente na terceira semana do mês de novembro, e essas ações, com certeza, são voltadas para fortalecer o Hospital da Mulher, que hoje é uma referência”, disse Gilberte Lucas.
A enfermeira Emily Mendonça, coordenadora da Unidade de Cuidados Intermediários Canguru do Hospital da Mulher (Ucinca) e da Casa da Puérpera, também participou do ato. Ao ser convidada, ela descreveu a importância da mobilização como parte da luta para o reconhecimento da importância do apoio aos nascimentos prematuros.

“A gente sabe que o Brasil hoje está na décima posição no ranking mundial de prematuridade e o objetivo do Novembro Roxo é justamente evitar a ocorrência do parto prematuro e, se aconteceu esse parto, que o bebê seja assistido de forma efetiva, de forma eficaz, garantindo assim melhor qualidade de vida”, disse Emily.
“No Hospital da Mulher temos o método Canguru, que é uma política pública de saúde que garante uma assistência integral, garantindo as três etapas do método Canguru. A primeira etapa é realizada na UTI e berçário, a segunda etapa na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru, que é onde o bebezinho fica em contato pele a pele com a mãe a maior parte do tempo possível, e a terceira etapa é a assistência realizada a nível ambulatorial”, complementou a enfermeira.

Ganhando peso
A presidente explicou para a reportagem do Acorda Cidade que o grande objetivo, tanto da visita da equipe do Hospital da Mulher quanto da sua própria fala na tribuna livre, foi provocar entre os vereadores a necessidade de se debater a criação de alternativas para o financiamento das atividades que são desenvolvidas pela instituição.
Lucas disse que a Fundação Hospitalar possui apenas duas formas para compor o próprio orçamento. Uma parte dos recursos vem através da parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) e a outra, que corresponde a cerca de 80% do orçamento total, vem de recursos próprios do município. Para a presidente, o orçamento pode ser ampliado para dar seguimento em projetos especiais.
“Conversamos com os vereadores e mostramos todos os projetos que a Fundação tem para crescer. Por exemplo, na terceira fase do método Canguru, quando o bebê sai de alta, mas ele precisa ser acompanhado semanalmente no ambulatório, muitas mães não têm condição de trazer esse bebê por falta de recurso. Então, por que não o Hospital da Mulher ter um projeto onde a gente possa buscar essa mãe com seu bebê prematuro na residência e trazer para o acompanhamento?”, disse Lucas.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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