Rui Falcão defende PT mais forte na base e renovação interna durante plenária em Salvador

O deputado federal por São Paulo e candidato à presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, esteve em Salvador neste sábado (17), onde participou da plenária estadual da corrente interna Democracia Socialista, realizada na Assembleia Legislativa da Bahia. O evento marcou o lançamento das pré-candidaturas de Ana Carolina à presidência municipal e de Liliane Oliveira à presidência estadual do PT.

Na atividade, Rui defendeu a reorganização da militância, a valorização das bases e a retomada do protagonismo político do partido.

“Precisamos fazer busca ativa de filiados, atualizar nosso cadastro e reviver aquilo que é a história do PT: o PT pela base. Por isso, coloquei como slogan: ‘Com a base, construir a esperança’”, afirmou.

Ele destacou ainda a importância de um partido preparado para os desafios do futuro, sem depender exclusivamente de lideranças individuais. “Queremos um PT que não se desfaleça no dia em que Lula se for ou quando tivermos uma reeleição com resultado incerto. Precisamos de renovação, de entender a conjuntura, de enfrentar os desafios mesmo quando a correlação de forças não nos é favorável”, completou.

Rui reforçou que a esperança só pode vencer se for sustentada por uma militância ativa e um partido combativo e presente em todos os espaços da sociedade. “Não podemos achar que a correlação de forças é uma rocha de fenômenos geológicos que vai demorar séculos para mudar. Ela se altera a nosso favor se tivermos um partido aguerrido, combativo, mobilizado, presente — como eu senti aqui na voz dessas mulheres corajosas”, disse Rui, em referência a Ana Carolina e Liliane Oliveira.

Durante a plenária, o deputado também defendeu que o PT abrace pautas de mobilização popular, conectadas com as demandas contemporâneas da classe trabalhadora.

“Uma pauta que já fala do fim da escala 6 por 1, da redução da jornada de trabalho sem redução de salário, da taxação dos super-ricos, da isenção para quem ganha até R$ 5 mil, e eu acrescento ainda: com anistia — mas a anistia que nos interessa”, afirmou.

Nesse contexto, ele criticou duramente a anistia concedida a torturadores da ditadura militar e cobrou responsabilização pelos crimes cometidos tanto por esses agentes quanto pelos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.

“Tramam a todo momento uma anistia, ainda que uma anistia meia boca. O que nos interessa é pegar os torturadores que foram anistiados em 1979, sem que tivessem direito a isso. E quem vibrou com o filme Ainda Estou Aqui, sabe que há dois torturadores e ocultadores de cadáver de Rubens Paiva que precisam ser punidos. E mesmo os que já morreram devem receber o opróbrio da justiça e do povo brasileiro”, declarou.

O parlamentar também criticou a omissão do Estado brasileiro em julgar os crimes da ditadura, lembrando que o país foi condenado em cortes internacionais por não responsabilizar os autores de violações de direitos humanos. “Essa é a dívida que o governo brasileiro tem, com a DTF na gaveta, que a Justiça ainda não julgou, para vergonha do Brasil, mantendo os torturadores impunes”, concluiu o deputado, que presidiu o PT em dois períodos: de 1990 a 1994 e entre 2011 e 2017.

A plenária da Democracia Socialista contou com a presença de militantes de mais de 60 municípios baianos, além do secretário da Casa Civil, Afonso Florence; da secretária de Políticas para Mulheres, Neusa Cadore; do deputado federal Zé Neto; do deputado estadual Robinson Almeida; vereadores, lideranças e integrantes da corrente em todo o estado. O senador Jaques Wagner também participou do encontro.

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