Brasil

Reforma da Previdência vai acabar com privilégios, afirma deputado Arthur Maia em visita à Feira de Santana

Segundo ele, o ponto principal das mudanças é acabar com privilégios. Para ele, o Brasil tem que ser igual para todo mundo.

Rachel Pinto

O deputado federal Arthur Maia esteve em Feira de Santana na última sexta-feira (24) e visitou o conjunto Viveiros com uma comissão e representantes da ViaBahia em busca de uma solução para a abertura  do acesso ao conjunto Feira X. 

Em entrevista ao Acorda Cidade, o deputado comentou sobre alguns pontos da reforma da previdência, e segundo ele, o ponto principal das mudanças é acabar com privilégios. Para ele, o Brasil tem que ser igual para todo mundo.

“Não é justo que eu que sou deputado possa me aposentar ganhando 33 mil reais, assim como um juiz e um promotor. E ao mesmo tempo nós tenhamos pessoas que não são funcionários públicos aposentando com R$5.531. O supremo votou o fim do foro privilegiado dos deputados. Todos tem que ser iguais perante a lei e nós temos que trabalhar. Depois de 500 anos de uma sociedade desigual onde a lei geralmente tem dois focos um voltado para o pobre e outro voltado para o rico. Um voltado para o poderoso e outro voltado para o desfavorecido”, afirmou.

Arthur Maia relatou que espera que até o dia 15 de dezembro a reforma seja aprovada ao menos na Câmara dos Deputados.

“Essa reforma é para o fim dos privilégios. Os deputados que quiserem manter os privilégios de prejudicar os pobres vão votar contra a reforma. A equação é simples assim. Eu quero que quem for contra a reforma aponte um único item que tira direito do mais pobre. A questão do trabalhador rural que falavam, que tirou tudo do trabalhador rural, vai continuar exatamente como é hoje. A questão do benefício de prestação continuada, que é esse benefício pago a pessoas deficientes, que diziam que trazia algum prejuízo, para essas pessoas mais pobres, tiramos tudo isso referente ao BPC. O tempo de contribuição das pessoas que se aposentam com um salário mínimo que era de 15 anos, passou para 25 anos e agora voltou para 15 anos. Manteve exatamente como é hoje. Eu desafio qualquer um a dizer aonde estaria uma eventual retirada de direitos dos mais pobres. Não existe o que existe é uma reforma que acaba com privilégios do rico. Faz com que o deputado, o juiz, o promotor que hoje se aposenta com salários de 33 mil reais tenham que ganhar no máximo os R$ 5.531 que é aquilo que quem não é funcionário público  pode receber. E é essa a regra. Portanto não me pergunte se passa ou se não passa, eu estou combatendo o combate e cumprindo o meu papel”, declarou.

Na opinião do deputado, a reforma é uma exigência da sociedade brasileira. Ele disse ainda que pelo fato de estar à frente da relatoria sente que sua imagem está desgastada entre os poderosos. No entanto, a sua preocupação é construir um Brasil mais justo.

“Para construir um Brasil mais justo é necessário fazer esse enfrentamento. Aconteça o que acontecer. Eu não nasci deputado nem vou morrer deputado. Mas enquanto eu estiver deputado eu vou defender a justiça. É justo que todos os brasileiros tenham o mesmo nível de salário, de aposentadoria. Não é justo que eu possa como deputado me aposentar com 33 mil e o trabalhador da iniciativa privada, que não é funcionário público, só possa se aposentar com aproximadamente 5 mil. Enquanto eu for deputado eu vou combater esse bom combate. O resto é consequência e eu julgo que como emprego, ser deputado não é um grande emprego. É muito duro para quem defende as coisas corretas. Mas, quando você está lá tem que cumprir o seu papel , eu estou cumprindo o meu papel”, acrescentou.

Desequilíbrio econômico do país e contas públicas

Sobre o desequilíbrio econômico do país, de acordo com o deputado, tem total relação com as contas públicas. Esse desequilíbrio está na previdência social e isso resulta na desigualdade das relações.
“É fundamental enfrentar os privilégios e acabar come essas desigualdades. Porque a previdência social no Brasil, por incrível que pareça que era um instrumento para garantir a sobrevivência das pessoas mais humildes, se transformou no maior sistema de concentração de renda do planeta”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.