Orisa Gomes

Atualizada às 14:48

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), não faz a mínima questão de esconder seu descontentamento com o governador Rui Costa. E se tiver que escolher entre o atual governador e secretário estadual de Desenvolvimento, Jaques Wagner, para disputar o Palácio de Ondina em 2018, deixa claro que fica com o segundo.

Em vinda recente à Feira de Santana, Coronel disse ao Acorda Cidade que faz parte do grupo de deputados a favor do "volta Wagner", porque Wagner “tem mais carinho no trato com o povo” e Rui é mais frio com a classe política. O Coronel esclarece, entretanto, que defende candidatura própria de um nome do PSD ao governo nas próximas eleições, que no caso seria o do senador Otto Alencar, mas se o partido resolver marchar com o PT, torce para que seja a volta de Jaques Wagner.

Wagner diz que possibilidade está descartada, mas Coronel duvida

Jaques Wagner, por sua vez, afirmou ao próprio Coronel que a possibilidade de disputar o governo da Bahia em 2018 está descartada. Mas, para o coronel, a vida é como nuvem: muda o tempo todo. “Tem muita água para rolar ainda. São candidaturas indefinidas. Ninguém sabe qual vai ser o quadro eleitoral de 2018, tudo aí é precoce. Temos uma lei eleitoral para ser votada dia 7 de outubro, então não podemos dizer nada, são só suposições, só especulações”.

Assembleia independente

Ainda em crítica a Rui Costa, o presidente da assembléia Legislativa afirmou que o governo do estado não trata a Assembleia como deveria e que ele defende e vai continuar defendendo a independência da Casa. “Pela primeira vez na história, nesses 180 dias (desde que assumiu a presidência), nós implementamos essa independência e vou manter até o final. A assembléia não pode ser puxadinho do Palácio de Ondina, não pode ficar a reboque do governo. Temos que viver com harmonia, mas não com subserviência. Independência é nossa palavra de ordem”, enfatizou.

Troca radical no secretariado

Crítico contundente também do secretariado de Rui, Ângelo Coronel avalia que “a grande maioria se acha mais importante que o governador”. Segundo o presidente, os secretários precisam entender que prefeitos não podem esperar duas, três horas em uma antessala e o parlamentar receber retorno de uma ligação depois de quatro ou cinco horas, “porque é falta de respeito”. “Já alertei o governador que ele tem que fazer uma troca radical no seu secretariado, senão sua eleição entra água”, assinalou. 

Com informações do repórter Ed Santos