Brasil tem 35 legendas

Partidos gastam R$ 132,8 milhões com salários de funcionários; TSE disponibilizou dados

Os dados só puderam ser conhecidos porque foram divulgados pela 1ª vez em meio digital.

Acorda Cidade

Os partidos políticos brasileiros gastaram R$ 132,8 milhões com salários e encargos sociais em 2017. Os dados foram divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e contabilizam informações das 35 siglas. O levantamento considerou encargos sociais como imposto de renda, FGTS e previdência social. Os valores também incluem gastos com 13º salário, auxílio-transporte e auxílio-alimentação.


Os dados só puderam ser conhecidos porque foram divulgados pela 1ª vez em meio digital. Antes, tudo vinha em caixas de papel e era publicizado por meio de PDF’s. Dessa forma, a conferência das informações era rudimentar.

Como o sistema é novo, não há como comparar com precisão os números de 2017 com os de períodos anteriores. Os partidos têm até 1º de agosto para retificar dados, se necessário.

IMAGEM É TUDO

As siglas brasileiras também torraram bastante dinheiro com compra de espaço publicitário e produção audiovisual: R$ 58,2 milhões em 2017. Os valores incluem produções audiovisuais, publicações e inserções em rádios e televisões.

Eis outras despesas que se destacam:

-aluguéis e condomínios: R$ 39,9 milhões;
-transporte e viagens: R$ 36,8 milhões;
-pesquisas de opinião pública: R$ 6,5 milhões;
-lanches e refeições: R$ 1,9 milhão;
-compra de jornais e revistas: R$ 353 mil.

73,9% DO DINHEIRO É PÚBLICO

O total de gastos atingiu R$ 901 milhões no ano passado. O valor é 35,2% maior do que os R$ 665,8 milhões autorizados para as legendas por meio do Fundo Partidário em 2017.

PT NO TOPO DOS GASTOS
O partido gastou R$ 158,8 milhões. Seguido por MDB (R$ 113,3 milhões) e PSDB (R$ 98,1 milhões).

RANSPARÊNCIA DOS DADOS
Tornar a prestação das contas dos partidos transparentes e acessíveis ao controle social é uma vitória da sociedade civil. As siglas resistiram em tornar os gastos públicos e apontaram dificuldades em utilizar 1 novo sistema.

Para Marcelo Issa, coordenador do Movimento Transparência Partidária, foi 1 avanço. No entanto, as informações ainda precisam ser ajustadas e melhoradas para a fiscalização ser efetiva.

O Movimento pretende criar 1 robô para vasculhar os dados e encontrar irregularidades. O processo já é feito pela Operação Serenata de Amor, que utiliza inteligência artificial para encontrar gastos descabidos por deputados federais.

NOVO SISTEMA

A publicação por meio digital só foi possível porque desde 2017 os partidos utilizam 1 sistema eletrônico para prestar contas de receitas e despesas.

O TSE criou o SPCA (Sistema de Prestação de Contas Anual). O objetivo era reduzir o volume enorme de papel entregue ao Tribunal a cada prestação de contas por cada 1 dos 35 partidos.

O novo sistema também vai auxiliar o próprio Tribunal a diminuir a defasagem entre a entrega das contas e o julgamento. Em abril deste ano, por exemplo, a Corte julgou a prestação de contas de 2012 dos partidos.

Fonte: Sérgio Lima/Poder360 e TSE