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O ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), é apontado como principal beneficiário de um suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de convênios de sua pasta com organizações não-governamentais (ONGs) pelo policial militar João Dias Ferreira, investigado como um dos integrantes do grupo. Em entrevista à revista Veja, o policial militar e ex-militante do PCdoB confirma o favorecimento do partido nos contratos e afirma que o ministro recebeu pessoalmente remessas de dinheiro do esquema.
A entrega, segundo a reportagem, foi feita dentro da garagem do Ministério do Esporte por Célio Soares Pereira, que servia de motorista e mensageiro do grupo. Pereira afirmou à revista que esteve pelo menos quatro vezes entregando dinheiro na garagem do ministério, além da ocasião em que repassou diretamente ao ministro “maços de notas de R$ 50 e R$ 100” em uma caixa de papelão.
Pereira afirma que recolheu o dinheiro com representantes de entidades no Distrito Federal que recebiam verba do programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas. Segundo revelou o policial João Dias Ferreira à Veja, cabia ao PCdoB indicar os fornecedores e as pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar as despesas fictícias. A reportagem diz que o esquema funciona desde a gestão de Agnelo Queiroz, atual governador do Distrito Federal e pode ter desviado mais de R$ 40 milhões nos últimos oito anos.
Em seu perfil no Twitter, Orlando Silva classificou o conteúdo da reportagem de farsa. “As calúnias são reações às medidas que determinei para combater irregularidades”, disse. A assessoria do ministério convocou uma entrevista num hotel de Guadalajara, no México, onde ele acompanha os Jogos Pan-americanos.
Orlando Silva declarou que já pediu a abertura de um inquérito na Polícia Federal e garantiu que irá processar por calúnia os denunciantes entrevistados pela revista Veja. Ele disse que procurou a presidente Dilma para informá-la quando a reportagem estava sendo feita. “Foi uma conversa muito direta. Estou em missão fora do meu país e ela pediu que eu continuasse com a minha agenda." As informações são do Correio