Eleições 2012

Marqueteiros transformam pesquisas em propaganda

Desde a última quinta-feira, quando pesquisa do Ibope identificou o avanço do candidato petista Nelson Pelegrino, que passou de 16% para 27% nas intenções de voto, os marqueteiros da coligação Todos Juntos por Salvador têm investido na veiculação do desempenho com clichês como a "hora da virada".

 

Acorda Cidade
 
Retrato de uma realidade que nem sempre se reflete nas urnas – a exemplo do que aconteceu em 2006, quando Jaques Wagner (PT) contrariou os números e derrotou Paulo Souto, do PFL -, a pesquisa eleitoral tem se consolidado como um instrumento cada vez mais forte de propaganda política. Apesar da escassez de levantamentos em Salvador – até agora foram divulgados quatro -, hoje os partidos políticos utilizam a pesquisa não apenas para nortear suas campanhas.
 
"Pesquisas têm se transformado em atores políticos centrais",  alerta Paulo Fábio Datas Neto, cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ele afirma que muitas vezes os números aferidos têm sido utilizados para propaganda, em vez de representarem  elementos que definam subsídios aos discursos.
 
Desde a última quinta-feira, quando pesquisa do Ibope identificou o avanço do candidato petista Nelson Pelegrino, que passou de 16% para 27% nas intenções de voto, os marqueteiros da coligação Todos Juntos por Salvador  têm investido na veiculação do desempenho com clichês como a "hora da virada". Apesar de o democrata ACM Neto permanecer na dianteira  com 40% das intenções de voto, o marketing político de PT tem explorado bem mais o resultado.  No horário político, os índices de crescimento do candidato são repetidos à exaustão.  No portal da coligação petista, o marketing se repete: "Pelegrino é o único que cresce nas pesquisas".
 
Radares A utilização do recurso confirma  que  a pesquisa eleitoral é muito mais um instrumento de trabalho dos profissionais envolvidos na campanha eleitoral do que um subsídio para o eleitor. Elas servem para detectar as preferências das pessoas, seus níveis de engajamento, sentimentos e disposições no período de corrida eleitoral, analisam os  especialistas. "Os resultados das pesquisas servem como radares para as coordenações dos partidos", explica Wilson Gomes, doutor em filosofia, professor da Ufba e pesquisador. As informações são do A Tarde.
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