Política

Lula se diz indignado com denúncia de que pressionou STF

De acordo com a revista, Mendes se encontrou em abril com Lula e foi pressionado para apoiar adiamento do julgamento do mensalão

Acorda Cidade

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (28) estar indignado com a denúncia do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de que o petista teria feito pressão para adiar o julgamento do mensalão. "Meu sentimento é de indignação", declarou, em nota, Lula. A denúncia foi publicada em reportagem da revista semanal "Veja".

De acordo com a revista, Mendes se encontrou em abril com Lula, no escritório do ex-ministro do governo do petista e ex-ministro do STF Nelson Jobim, e propôs blindar Mendes na CPMI que investiga as relações entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários. Em troca, Mendes apoiaria o adiamento do julgamento.

Segundo a nota divulgada por Lula, houve uma conversa, mas essa versão divulgada por Mendes na revista "Veja" é inverídica. Lula afirma que nunca interferiu nas decisões do STF e da Procuradoria-Geral da República em seus 8 anos de presidência, incluindo a ação que investiga o mensalão.

"O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja", afirmou Lula.

Nelson Jobim também negou que a conversa tenha acontecido como Mendes a narrou. Ele disse que recebeu os dois em seu escritório e que não houve momento em que Lula e Mendes ficaram a sós.As informações são do Correio.

A oposição pretende ingressar com pedido de investigação junto à Procuradoria contra o ex-presidente.

Leia a íntegra da nota

Sobre a reportagem da revista "Veja" publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF Gilmar Mendes sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. "Meu sentimento é de indignação", disse o ex-presidente, sobre a reportagem.

2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria-Geral da República em relação a ação penal do chamado mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.

3. "O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja", afirmou Lula.

4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.

Assessoria de imprensa do Instituto Lula