Eleições 2014

Geilson diz que pesquisas internas apontavam possível derrota de Souto e Geddel em Feira

Membros do grupo teriam sido alertados

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Orisa Gomes

A derrota de Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) para Rui Costa (PT) e Otto Alencar (PSD), candidatos, respectivamente, ao Governo da Bahia e Senado, não foi surpresa para o deputado estadual Carlos Geilson (PTN); pelo menos no que diz respeito a Feira de Santana. Em entrevista ao Acorda Cidade, o parlamentar, que se reelegeu à Assembleia Legislativa na chapa de Souto e Geddel, disse que, baseado em pesquisas internas encomendadas por ele, já havia alertado membros do grupo sobre a possibilidade de vitória petista no segundo maior colégio eleitoral do estado.

“Já sentíamos que Paulo Souto vinha em fator decrescente em Feira. (…) Oito dias antes da eleição alertei o prefeito [José Ronaldo] que Rui Costa poderia ganhar e o prefeito me mostrou uma pesquisa fechada naquele dia que dava margem folgada para Paulo Souto. Também não me empolguei com essa pesquisa”, afirmou, sendo que anteriormente havia dito que não se empolga com as pesquisas do Ibope.

Geilson observou, ainda, que costuma ir aos bairros populares de Feira e os comentários no período eleitoral era que Rui Costa cresceria quando houvesse identificação do candidato com a presidente Dilma Rousseff. “A grande virada foi com a vinda dela para Feira”, concluiu.

Sobre Geddel, Geilson informou que a cerca de dois meses das eleições chegou a alertá-lo que “a coisa não estava boa para ele em Feira de Santana" e o que ouviu como resposta foi: "Sua pesquisa é fundo de quintal".

Reeleição

Reeleito com 47.401 votos na Bahia, sendo 35.273 destes em Feira de Santana, Geilson comemora o resultado do pleito. Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, ele lembrou que em 2006, quando disputou pela primeira vez, sem sucesso, obteve aproximadamente 28 mil votos; e em 2010, eleito para o primeiro mandato, obteve pouco mais de 37 mil votos, o que caracteriza uma ascensão de cerca de 10 mil votos de uma eleição para outra, incluindo a deste ano. “Precisávamos dessa reeleição para consolidar o nosso nome como político. Estou muito feliz com os votos. Você sempre quer mais. Minha meta era chegar em Feira em torno de 40 mil e fora, 15 mil. Trabalhei dentro de uma meta máxima, média e mínima”, ressaltou.

Ameaça

Questionado se em algum momento durante a campanha sentiu a reeleição ameaçada, o parlamentar foi enfático: “Não. No sábado antes da eleição reunimos nosso grupo para passar dados da campanha e em todas as pesquisas, com exceção da última, liderávamos na cidade. A última indicava liderança para Zé Neto, com quatro pontos à frente”.

Ao ser interrogado sobre custos de campanha, disse que calcula cerca de R$ 300 mil, “praticamente de recursos próprios”, e observou que os dados ainda estão sendo fechados pela equipe de campanha.

Câmara Federal

A alegria de Geilson com a reeleição foi contrastada, segundo ele, com a tristeza de não ver nenhum candidato de Feira eleito para a Câmara Federal. Para o deputado, o município tinha plenas condições de eleger Fernando Torres (PSD), Zé Chico (DEM) e Colbert Martins (PMDB). Sobre o último, Geilson disse não entender como um “campeão de emendas”, que contou com o apoio do prefeito José Ronaldo encolheu a votação, comparada a 2010. Quanto à eleição de Irmão Lázaro (PSC), Geilson observou que embora tenha domicílio eleitoral em Feira, não é uma pessoa identificada com o município, onde teve cerca de 20 mil votos; menos que em outras cidades como Salvador.

Mais carinho com os candidatos da terra

Sobre as causas da baixa representatividade de Feira de Santana na Assembleia Legislativa e Câmara Federal, o deputado acredita que “Feira de Santana precisa ser mais carinhosa” com os candidatos da terra. “Fala-se muito da representatividade dos políticos de Feira, mas em uma cidade com quase 400 mil eleitores eleger apenas quatro deputados estaduais e um federal?”, questionou considerando que o município abre demais as portas para candidatos de fora.
 

Com informações do repórter Ed Santos.