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Ficarei calado como manda a Constituição, diz Cachoeira em CPI
O bicheiro afirmou aos parlamentares que só falará na presença do juiz, em audiência.
O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está na tarde desta terça-feira (22) no Congresso para depor na CPI que investiga há um mês suas supostas relações com parlamentares e outros agentes públicos, não está respondendo as perguntas dos integrantes da comissão e se mantém calado, como já era esperado. A orientação é de seus advogados. O bicheiro afirmou aos parlamentares que só falará na presença do juiz, em audiência. "Por enquanto ficarei calado como manda a Constituição", disse.
Mesmo sabendo que o contraventor poderia permanecer calado durante seu depoimento, o relator da CPI Mista, Odair Cunha (PT-MG), trouxe cerca de 200 perguntas para fazer ao bicheiro, suspeito de mobilizar parlamentares e outros agentes públicos em prol dos seus interesses. A reunião da CPI teve início pontualmente às 14h, com a abertura dos trabalhos pelo presidente da Comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Indagado pelo relator da CPI sobre bens e relação com empresários, Cachoeira disse que ficaria calado –a mesma resposta foi dada às perguntas posteriores, tanto sobre a relação dele com empresas como a Delta, quanto sobre a relação com um sul-coreano e sobre seus bens, tais como uma casa em Miami.
“Como manda a lei responderei constitucionalmente, fui advertido pelos advogados para não dizer nada e não falarei nada aqui”, afirmou o bicheiro. Já na terceira pergunta não respondida, Cachoeira começou a ironizar o fato de que não iria responder e que só responderia depois de falar na Justiça de Goiás. "Tenho muito a dizer, mas só depois da audiência [na Justiça]."
Os parlamentares chegaram a pedir que o advogado de Cachoeira, o ex-ministro da Justiça do Governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, garantisse que seu cliente voltaria à CPI para, então, responder aos questionamentos suscitados durante as investigações da Polícia Federal. Bastos ainda não respondeu ao pedido.
Foto 4 de 14 – Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, chega ao Congresso Nacional, em Brasília (DF). Bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirma na tarde desta terça-feira (22) que ficará calado no Congresso durante CPI que investiga há um mês suas supostas relações com parlamentares e outros agentes públicos, afirmou como já era esperado Andre Borges/Folhapress
A postura do contraventor irritou o deputado Fernando Franscichini (PSDB-PR), que pediu à presidência da CPI que os parlamentares fossem tratados com respeito e não "como palhaços".
O bicheiro também invocou o direito de permanecer calado ao ser indagado por membros da CPI sobre sua relação com Waldomiro Diniz, com o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e com Idalberto Matias Araújo, o Dadá.
A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) pediu a suspensão da reunião. "Estamos fazendo um papel ridículo diante deste senhor, que está nos manipulando, [estamos] perguntando para uma múmia." As informações são do portal Uol.
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