Andrea Trindade

O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) esteve em Feira de Santana na manhã de sábado (10) e participou do encontro da caravana Juventude na Estrada, um projeto do PMDB Nacional que busca mobilizar e preparar jovens para a política. Em entrevista a veículos de imprensa da cidade, o deputado avaliou o cenário político atual afetado pela crise, fez críticas ao Governo Dilma e defendeu o resgate da política desprendida de interesses próprios e partidários.

“O que eu estou vendo é o povo defendendo majoritariamente o afastamento da presidente. Nas pesquisas de opinião 90% são contra ela e de 7 a 10% a favor. Eu não vou dizer que esses 90% são radicais, estamos apenas seguindo o que o povo está manifestando nas ruas. A gente quer efetivamente a mudança, não só a mudança de governo simplesmente, mas a mudança da forma de fazer política. Quer crime maior do que fizeram na eleição? Pegaram a esperança do povo com mentiras e terminaram jogando na lata de lixo. Milhares de pais que queriam ver seus filhos formados com o Refis e simplesmente acabaram com isso. Por duas eleições o governo da Bahia se elegeu anunciando a Jac Motors e chega agora uma manchete de jornal anunciando que a Jac Motors acabou, mas como é que fica isso? O governo teve despesa? Será ressarcido? E os sonhos de milhares de trabalhadores que estavam sonhando com a vinda desta empresa? O grande problema do governo Dilma foi ela mentir para se reeleger e o povo sentiu isso com os frutos dessas mentiras. A verdade apareceu”, disse citando problemas que o país vem enfrentando.

Sobre as denúncias contra o presidente do Senado Federal Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Lúcio reconheceu que a situação de ambos são delicadas e que Cunha precisa dar explicações.

“Os dois estão em uma situação delicada. Eu não tenho essa história de partido ou amigo. Eu procuro falar a verdade porque é isso que o povo quer ouvir. Esta é a nova forma de fazer política. O presidente Renan já responde a uma denúncia de um movimento mais antigo e está sendo investigado na Lava Jato. No caso de Eduardo Cunha eu lamento apenas que tenha tanto vazamento de notícias sem as provas. Estamos passando por um momento típico da Ditadura Militar. O PT aparelhou o estado de tal forma que está naquela fase de colocar uma maconha dentro do carro e prender com o intuito apenas de intimidar a oposição. Eduardo tem efetivamente que dar explicações, mas enquanto não tiver as provas ele pode usar o discurso de que pode aguardar essas provas”, afirmou.

O deputado federal criticou a postura da presidente Dilma em relação ao projeto do aumento para servidores judiciários. “Eu vejo a questão dos vetos de maneira muito interessante. O projeto do aumento dos servidores judiciários foi enviado ao congresso pelo judiciário e ninguém disse que era uma irresponsabilidade com o Brasil e a presidente Dilma não chamou o presidente do tribunal ou do STF para conversar”.

Lúcio declarou que o PMDB está dividido e que o líder do partido está mudando de posição. “Ele não está preocupado com a opinião pública. Isso se deu na Reforma Ministerial na qual o PMDB apresentou uma PEC reduzindo o número de ministérios de 39 para 20. O PMDB aumentou seu número de ministério de maneira indecente. Fez uma negociação como se fosse uma grande feira, na base do eu quero esse ministério e se não me dá votaremos contra. Isso é lamentável e por isso o PMDB se dividiu”, disse.


Lúcio se mostrou insatisfeito com a divisão e que o partido elaborou um manifesto visando o resgate da história do PMDB. “Fizemos um manifesto que chamamos de MDB referente ao Movimento Democrático Brasileiro para resgatar a história do PMDB, a história do velho Colbert Martins, aqui de Feira de Santana que pode representar o que tem de melhor no partido. Falo dele porque vocês convivem aqui e sabem a maneira que ele fazia política. Ele não fazia política para ter esse cargo ou aquele. É até correto que se participe do governo quando o partido o apoia nas eleições, mas não é correto escolher membros buscando não um bom governo, mas simplesmente vantagens pessoais ou partidárias” finalizou.