Feira de Santana

Com voto contrário de Ronny, Câmara aprova voto aberto na Casa exceto para veto do prefeito

A emenda que mantém o voto secreto para o veto do Executivo, gerou uma série de conflitos na Casa

Com voto contrário de Ronny, Câmara aprova voto aberto na Casa exceto para veto do prefeito Com voto contrário de Ronny, Câmara aprova voto aberto na Casa exceto para veto do prefeito Com voto contrário de Ronny, Câmara aprova voto aberto na Casa exceto para veto do prefeito Com voto contrário de Ronny, Câmara aprova voto aberto na Casa exceto para veto do prefeito

Roberta Costa

Foi aprovada na manhã desta segunda-feira (07), em 2ª discussão, a proposta de emenda a Lei Orgânica, do Município de Feira de Santana, nº 82/13, de autoria do vereador Edvaldo Lima (PP), que extingue o voto secreto na Câmara Municipal, exceto para o veto do prefeito.

A emenda que mantém o voto secreto para o veto do Executivo, gerou uma série de conflitos na Casa. 

A Corregedora da Casa, Cinthia Machado (PSC), votou contra a emenda pois, segundo ela, “o prefeito tem que saber quem foi a favor ou contra o veto. Já aconteceu muitas vezes nessa Casa de um vereador dizer uma coisa e ser outra. Acredito que temos que ter posição firme e não ficar em cima do muro em nenhuma circunstância”.

Em contrapartida, o vereador Wellington Andrade (PTN), disse que mesmo que o voto seja secreto para o veto “nada impede que o vereador externe suas intenções. Essa emenda preserva o vereador, para quando ele tiver que se posicionar contrário ao prefeito”, disse o vereador, que também solicitou mudanças no Regimento Interno da Casa, extinguindo o voto secreto para a eleição da Mesa Diretiva e da Corregedoria.

O autor da proposta disse que o vereador deve ter uma posição “segura e independente para lutar em prol dos benefícios da cidade, assim como fez a Câmara Federal. O Poder Executivo não tem nada a esconder, não entendo porque o veto tem que ser fechado. O governo que aí se encontra é transparente e, até que me prove o contrário, nunca me deu nenhum tipo de problema. Essa é uma Casa madura e sabe o que fazer”.

Após o pedido do líder do governo na Casa, vereador Antonio Carlos Ataíde, Carlito do Peixe (DEM), a manutenção do voto secreto para o veto do Executivo foi aprovada pela maioria dos edis que, logo depois aprovaram a proposta de emenda a Lei Orgânica. 

Apenas o vice-presidente da Casa, vereador Reinaldo Miranda, Ronny (PSDB), votou contra. “Edvaldo Lima faltou com respeito aos colegas ao utilizar a palavra dissimulado, por isso eu voto não”, disse Ronny.

Subserviência – O vereador José Carneiro (PSL) assumiu que a Câmara Municipal não tem autonomia e autenticidade. 

“Esse é um problema do Legislativo Brasileiro. Não poderia deixar de incluir a Câmara de Feira. As vezes sou criticado e taxado de deselegante por meus colegas, mas não podemos tapar o sol com a peneira e, demonstrar uma autonomia que na verdade não existe. Alguém aqui já votou contra o Chefe do Executivo? Não. Somos todos reféns, com exceção da oposição que faz seu papel”, pontuou.

Ele questionou o vereador Edvaldo Lima, sobre sua coragem de votar contra o prefeito.

“Duvido que Edvaldo Lima, como qualquer outro governista, num possível veto do prefeito venha pro voto aberto e seja contra o veto. Na política é preciso ter lado. Os parlamentares são um rebanho de frouxo, sem autonomia, a Casa não tem autonomia para peitar. Vai dizer amém no voto aberto, vai dizer sim senhor, prefeito”.

Complementando a fala de Carneiro, Wellington Andrade, disse que o voto secreto “permite que o vereador seja livre e que o vereador, quando quiser vetar, vete secretamente, sem retaliações”.