Eleições 2012

Com carta branca do PSDB, Humberto Cedraz segue indefinido

Humberto Cedraz falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre o cenário político em Feira de Santana, sobre o possível apoio aos candidatos a prefeito da cidade e confirmou que não será candidato.

Daniela Cardoso

O presidente do Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB) em Feira de Santana, Humberto Cedraz, esteve na manhã desta quarta-feira (14) no Programa Acorda Cidade. Ele falou sobre o cenário político em Feira de Santana, sobre o possível apoio aos candidatos a prefeito da cidade e confirmou que não será candidato.


Acorda Cidade – O deputado federal Antônio Imbassy (PSDB) disse que o senhor é quem vai decidir o rumo do partido em nossa cidade. Como recebeu essa notícia?

Humberto Cedraz Com responsabilidade, porque o PSDB é um dos maiores partidos do Brasil com uma história onde concebeu presidentes e nós temos a oportunidade de contribuir mais diretamente. Eu sou membro da executiva estadual do partido e defendi que o partido poderia ser auxiliar. Sendo um partido grande ele não pode estar a serviço de outras agremiações, porque ele tem musculatura e não pode ser arrastado como uma legenda insignificante. Eu sempre defendi isso e quando assumi aqui no dia 12 de agosto tinha uma posição no município acordada com o diretório estadual que tinha uma tendência de apoio ao DEM. Quando eu assumi fui questionar, não o acordo, mas a minha posição: como é que eu assumo o partido e está tudo resolvido? Eles pediram minha sugestão e eu disse: ‘olha, vocês fizeram o acordo e eu vou honrar, agora eu quero autonomia absoluta para tratar da proporcional que é a única fórmula nesse momento de fortalecer o partido em Feira de Santana, fazendo uma chapa competitiva de vereadores em condições de elegermos nomes para representar o partido. Uma semana antes das filiações partidárias deixei claro que o partido tinha esse compromisso e que eu ia honrar, mas que o partido sairia isoladamente na chapa de vereadores, não faria coligações e eu liberaria aqueles que viessem para o partido. Eu expus isso antes do prazo final e isso me deu condição de fazer uma chapa competitiva para vereadores.

AC – O senhor foi procurado por quais candidatos?

HC – Pelo próprio Ronaldo em algumas oportunidades, por Tarcízio Pimenta. Colbert nessa crise de identidade política não está tocando no assunto, e claro que o PSDB tem uma posição muito antagônica e muito definida com o PT, então nem houve nenhum tipo de conversa nessa direção com o candidato do PT anunciado, Neto. Essa é uma posição nacional do partido e não tem como forçar a barra.

AC – O senhor acha que Colbert está enfraquecido?

HC – Não está. Eu confio na integridade de Colbert e a história de vida dele mostra isso.

AC – O senhor está entre os candidatos Tarcízio Pimenta e José Ronaldo?

HC – Eu não vou dizer que estou com dois nomes para tomar posição. Eu tenho que ouvir os meus companheiros de partido, alguns estão liberados e eu não vou forçar um candidato que tem um compromisso com um político a seguir a decisão que não é minha e sim do partido.

AC – Então independente de o senhor fechar com qualquer um candidato, os vereadores estão livres?

HC – Não, eles não estão livres. Somente aqueles que vierem conversar comigo e explicar as suas razões estão livres.  

AC – Há essa altura dos acontecimentos o PSBD não sabe ainda qual o rumo a ser tomado?

HC – Essa nova posição que Imbassay colocou aqui é uma nova posição do partido com influencia fora do estado também. Essa nova direção vai fazer com que o partido reassuma sua posição do tamanho que ele é e do tempo que ele dispõe.

AC – O PSDB quer negociar uma vice-candidatura ou uma secretaria?

HC – O PSDB quer ser convencido de que é interessante participar de uma candidatura e de uma chapa.

AC – Porque o PSBD não lança candidato próprio?

HC – Quando nós temos massa muscular, ela tem seus limites também. Eu disse aqui que eu assumi o partido na sua direção em 12 de agosto, quer dizer, tive um mês para compor o partido, mas nós temos nome. Ou alguém acha que eu posso me excluir como candidato? Eu não tenho condições de defender uma candidatura? E não tem só eu, temos ex-vereadores que podem fazer isso, mas não há musculatura suficiente para ter uma eleição que possa se prenunciar como vitoriosa no primeiro momento. Se você observar o DEM, ele tem uma musculatura maior porque tem um ex-prefeito [José Ronaldo] bem avaliado em Feira de Santana. Tem o PDT com Tarcízio que tem um mandato na mão e isso é muita coisa, tem a estrutura do PT que tem o governo do estado e tem Colbert com a história de um pai que teve dois mandatos. Temos que saber os nossos limites, mas sei que a nossa musculatura é capaz de se encaixar bem em qualquer corpo.

AC – O senhor pode ser o vice na chapa de alguém?

HC – Não pretendo isso, pois não faço política com qualquer tipo de interesse que não seja participar.

AC – O senhor é candidato a vereador?

HC – Definitivamente não sou.

AC – O PSDB faz quantos vereadores?

HC – Seguramente dois, mas estamos trabalhando para três, independente de coligação.

AC – Como está o cenário político em Feira de Santana?

HC – Vai ser uma eleição dura, não tem negócio de jogo ganho, pois ainda faltam sete meses para as eleições, é muito tempo para se construir as candidaturas e também para a desconstrução. Não tem nada definido, existe uma tendência que é o candidato que está na frente.

AC – Quem é o candidato que está na frente?

HC – Eu vi uma entrevista do próprio Ronaldo nos jornais de Salvador dizendo que tinha uma vantagem, mas isso não se configura como fato absoluto.