Orisa Gomes
Mudança na Constituição, para possibilitar eleições diretas antes de 2018 é questão de boa vontade, segundo o deputado federal Fernando Torres (PSD). Em entrevista ao Acorda Cidade nesta segunda-feira (7), o parlamentar afirmou que o meio de acabar com a crise política por que passa o país é um novo pleito. E ao ouvir que para isso seria necessário mudar a lei suprema, disparou: “Mas quem faz as leis somos nós. Com boa vontade, tudo se resolve. Uma grande negociação em cima disso aí e eleições diretas acaba de vez com essa confusão”.
Exonerado do cargo de secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, para participar da votação do processo contra Michel Temer na Câmara, Torres voltou a afirmar que nem o presidente da República nem da Casa, Rodrigo Maia (DEM), têm legitimidade para governar o Brasil. Por isso, votou contra Temer.
Torres também negou que o governador Rui Costa tenha determinado votos de deputados da base a favor de Temer, a fim de evitar fortalecimento de ACM Neto na Bahia, com a subida de Maia, e que depois tenha mudado a determinação para voto contra, já que o empréstimo de R$ 600 milhões para a Bahia não saiu . “Eu é que pedi para ser liberado (da secretaria) para representar os 67 mil votos que tive e tenho certeza que mais de 90% deles querem tirar Temer”, justificou.
Sobre ter dito, a princípio, que se não fosse para ter eleições diretas, votaria a favor de Temer, já que seria melhor ele continuar que Rodrigo Maia assumir, Torres argumentou que não foi bem interpretado e o que teria dito anteriormente é que iria se abster, mas chegou a conclusão que se abstendo favoreceria Temer e preferiu votar contra.
Quanto ao empréstimo de R$ 600 milhões, o deputado frisou que “tem que sair”, porque a Bahia precisa e já foi publicado no Diário Oficial da União. “Só falta Michel Temer autorizar”.
Em relação ao retorno para a secretaria de Desenvolvimento Urbano, Torres disse que só está dependendo da vontade do governador Rui Costa de nomeá-lo novamente.