Eleições 2014

Candidatos falam sobre as dificuldades de campanha e expectativa para a eleição

O candidato do DEM, Paulo Souto, foi o único a não responder as perguntas, pois a produção não conseguiu contato com o mesmo.

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Daniela Cardoso

Recurso para investir na campanha eleitoral está entre as principais dificuldades citadas pelos candidatos ao governo do Estado da Bahia nas eleições 2014. Eles falaram ao Acorda Cidade sobre os desafios de campanha e quais as expectativas para o dia das eleições neste domingo (5). O candidato do DEM, Paulo Souto, foi o único a não responder as perguntas, pois a produção não conseguiu contato com o mesmo.

A candidata Lídice da Mata (PSB) considera o processo eleitoral desigual, tanto com relação a recursos financeiros, como ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e televisão. Ela defende uma reforma política.

“Estamos vendo um processo eleitoral que privilegia a força do poder econômico, que impede que as candidaturas tenham as mesmas condições. O tempo na televisão é diferente. Não é possível que um candidato tenha 11 minutos para aparecer na TV e outro tenha menos de dois. Isso cria condições de desigualdade nas eleições, fazendo com que uns possam levar suas propostas para toda a população e outros não. Esse sistema eleitoral não pode continuar no Brasil. Temos uma convicção de iniciar, de imediato, a defesa da reforma política”, afirmou.

A candidata afirmou que vai acompanhar o dia de eleições na Bahia com a expectativa de ter o apoio dos eleitores. Ela ainda falou sobre o desgaste físico durante a campanha. “O desgaste é natural e esse é outro problema, pois o período de campanha é muito curto no Brasil. Na reforma política precisamos definir que os candidatos deverão se licenciar um ano antes e devem se dedicar integralmente à campanha”, defendeu.

O candidato Marcus Mendes (PSOL) informou que seu partido trabalha com fundo partidário e doação de trabalhadores e, por isso, também enfrentou dificuldades orçamentárias durante a campanha eleitoral.

“Não aceitamos financiamento privado de campanha e temos um valor reduzido. Quando vou ao oeste da Bahia, passo 15 horas dentro de um ônibus, enquanto outro candidato passa meia hora para chegar lá de jatinho, então essa foi nossa dificuldade. Mas, a população está reconhecendo o PSOL como outro modelo, pois a pessoas estão desencantadas com a política, com os políticos e com os partidos. O PSOL é um novo modelo político e as pessoas estão enxergando isso. No dia 5 de outubro, com certeza, a população vai querer discutir um novo modelo”, afirmou.

Renata Mallet, do PSTU, além da desigualdade do tempo durante a propaganda eleitoral no rádio e na TV, citou a mídia, especificamente da televisão, como uma das maiores dificuldades. Dos quatro debates realizados entre os candidatos ao governo da Bahia em emissoras de TV, Renata afirma que foi convocada a participar de apenas um. Ela também defendeu uma reforma política.

“A principal dificuldade foi a barreira da mídia. Existiram muitos espaços anti-sociais na mídia televisiva. A população não teve condições nem de conhecer todos os seis candidatos e fazer uma avaliação de qual proposta é a mais interessante para a Bahia. Além disso, o próprio processo eleitoral, com o pouco tempo de TV que temos, apenas um minuto e seis segundos para apresentar nossas propostas. É necessário fazer uma reforma política que seja democrática, igualitária e também que rompa com o financiamento privado das campanhas”, afirmou.

Apesar das dificuldades, a candidata do PSTU afirma que durante a campanha conseguiu apresentar para os trabalhadores e para a juventude suas propostas de governo. Para o dia das eleições, Renata Mallet afirmou que a expectativa é a melhor possível.

“Sabemos que teremos um bom número de votos e isso é reflexo do trabalho que fizemos durante a campanha. Vamos sair desse pleito com a felicidade de ter dialogado com a juventude. Temos um partido vivo, que sobrevive após as eleições e nós vamos continuar nossa militância, discutindo política, fazendo análise da nossa realidade e convocando as pessoas a lutarem pela mudança”, disse.

O candidato Rogério Da luz (PRTB) afirmou que a maior dificuldade durante a campanha também foi a escassez de recursos. Ele disse que o partido dele não aceita apoio financeiro de empreiteiras e empresas privadas.

“São empresas que não merecem o apoio da população. A campanha é com o povo, boca a boca, pensando em uma mudança de atitude, pois atualmente temos partidos brincando de fazer política. Temos que levar as pessoas a sério e o povo tem que dar oportunidade para quem realmente vai trabalhar”, afirmou.

A expectativa do candidato para o dia das eleições é sair com a vitória. “A expectativa é ganhar. Está na hora do povo baiano dar uma surra de cansanção nesses políticos que nada fizeram e a gente poder fazer a verdadeira independência da Bahia neste 5 de outubro”.

O candidato do PT, Rui Costa, considera o fato de não ser tão conhecido pela população um dos maiores desafios. Mas ele afirma que após o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, ele conseguiu despontar nas pesquisas. Para o dia da eleição, o petista também espera conseguir se eleger.

“A dificuldade é o fato de eu nunca ter disputado uma eleição para prefeito ou governador. Já fui vereador e o deputado mais votado da minha coligação, mas outra coisa é a eleição para governador. O desafio inicial é o povo me conhecer e conhecer as minhas propostas. Graças a Deus com a televisão eu disparei nas pesquisas, pois o povo passou a me conhecer. A expectativa é vencer as eleições, pois acho que reúno as melhores propostas”, afirmou.

As informações são dos repórteres Ed Santos e Orisa Gomes do Acorda Cidade.