Rachel Pinto
Para Claudio Camperlingo, advogado e professor de ética da Faculdade Nobre de Feira de Santana, as leis no Brasil de combate a corrupção são eficientes e não tem falhas. Na opinião dele, a falta de ética e de moral são os fatores que contribuem para um país com pessoas cada vez mais corruptas. Ele destaca que a legislação brasileira é uma legislação moderna, atual, que dá conta realmente de atender a demanda no sentido de reprimir uma conduta criminosa.
Para ele, é importante também que seja analisado no crime de corrupção quem é o ser humano corrupto, ou seja, há uma parte ativa e uma parte passiva. “Antes de falarmos da legislação temos que ver o aspecto ético, o aspecto moral. Aquele que corrompe e aquele que é corrompido. Se houve a corrupção é porque houve um desvio de conduta no sentido moral, no sentido ético. Se a gente tivesse um controle maior no aspecto ético moral com certeza a corrupção seria diminuída”, disse.
O advogado afirmou também que o acesso à justiça no Brasil às vezes é demorado, devido a um grande número de recursos apresentados em determinadas situações. “Aqueles processos que a gente gostaria de ver uma punição imediata, até como forma preventiva e exemplificativa pro restante da sociedade não acaba acontecendo, por causa exatamente da quantidade de recursos que existem. O processo, essa relação jurídica acaba quase que se eternizando e isso é contraditório pra o próprio direito e para a própria justiça. Muitas vezes está claro que determinada pessoa cometeu um crime e a quantidade de recursos que se tem disponível torna distante a coleta de provas e a efetiva condenação. Eu acredito que a opinião pública, a imprensa, os meios de comunicação de um modo geral estão melhorando isso, inclusive desenvolvendo o aspecto crítico da população”, afirmou.
Claudio Camperlingo ressalta que a formação educacional do Brasil deveria orientar os cidadãos sobre ética e moral. O aspecto educacional, o aspecto ético e moral da conduta do ser humano estão na educação. Desde a educação familiar, a educação cultural e a orientação da educação técnica da escola.
“O cidadão desde pequeno, principalmente nos primeiros anos de vida, nos primeiros anos escolares tem que aprender que aquela conduta moralmente correta dele vai ajudá-lo. Ele vai conduzir a sua vida de forma que ele gostaria que os pares, seus amigos, seus vizinhos, toda a comunidade conduzisse para que houvesse um bem coletivo. A educação é uma excelente saída como forma preventiva dessa conduta equivocada, dessa conduta amoral, dessa conduta criminosa”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade