Polícia

Vereador que liderou greve na Bahia recorre ao Supremo contra prisão

Prisco está preso desde dia 18 no DF para 'garantia da ordem pública'. Defesa de vereador sugere que Supremo adote medida cautelar alternativa.

Acorda Cidade

A defesa do vereador baiano Marco Prisco, um dos líderes da greve da Polícia Militar da Bahia que ocorreu neste mês, entrou com recurso para que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre o pedido de liberdade. Na semana passada, o ministro do STF Ricardo Lewandowski rejeitou soltar o vereador.
 
Marco Prisco está preso desde 18 de abril no Complexo Penitenciário da Papuda, nos arredores de Brasília, e foi detido em prisão preventiva para "garantia da ordem pública". Segundo a decisão que determinou a prisão, Prisco foi detido em razão de ação penal à qual responde sobre a greve da PM de 2012. O juiz entendeu que o Código de Processo Penal prevê a prisão de quem possa cometer novamente o crime pelo qual responde.
 
Além de vereador, Prisco é diretor-geral da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra). A defesa de Marco Prisco argumentou que a prisão é ilegal porque a greve na Bahia já terminou, mas Lewandowski rejeitou a alegação por considerar que ele poderia incitar uma nova paralisação.
 
No recurso ao Supremo, a defesa pede que Lewandowski, relator da ação, determine uma medida cautelar alternativa à prisão e cita as possibilidades previstas no Código de Processo Penal. O artigo 319 da lei prevê comparecimento periódico em juízo, proibição de contato com determinadas pessoas, recolhimento domiciliar, fiança ou monitoramento eletrônico.
 
Argumentos para manutenção da prisão
 
Ao negar a liberdade na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski destacou que a prisão foi decretada porque "o paciente, líder do movimento paredista em 2012, articulava mais uma vez a deflagração de outra greve, o que poderia ocasionar graves transtornos à população, a exemplo do que ocorreu naquele ano".
 
Lewandowski frisou ainda que a Constituição "veda a greve de militares, uma vez que ela representa grave ameaça ao próprio regime democrático".
 
Na avaliação do ministro, dois dias de greve da PM na Bahia foram "alarmantes" e o fim da paralisação não restabeleceu a ordem pública no estado.
 
O pedido de habeas corpus foi feito inicialmente à Justiça Federal. Ao analisar o caso, o desembargador José Amílcar Machado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, avaliou que se tratava de questão constitucional por se tratar de crime previsto na Lei de Segurança Nacional e mandou para o STF. Nesses casos, segundo o desembargador, a Constituição determina análise pelo Supremo.
 
O vereador responde a sete crimes previstos na Lei de Segurança Nacional, como impedir com violência ou grave ameaça o livre exercício de qualquer dos poderes da União ou dos estados e praticar sabotagem contra instalações militares, meios e vias de transporte. Também é processado por paralisar total ou parcialmente atividade ou serviços públicos essenciais para a defesa, a segurança ou a economia do país.
 
Prisco foi preso na tarde do dia 18 de abril na Costa do Sauípe (BA) pela Polícia Federal, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Aeronáutica. Ele foi levado a Salvador e, de lá, para Brasília, onde foi preso no Complexo da Papuda. As informações são do G1.