Suspeitos de envolvimento no desaparecimento de três garotas em Anguera são presos; buscas pelas vítimas continuam
Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (9), dois homens suspeitos de envolvimento no desaparecimento de três amigas no município de Anguera, na região de Feira de Santana: Carol Ferreira Rodrigues, de 21 anos, Letícia Araújo Rodrigues, de 22, e Rafaela Carvalho Silva, de 15. Elas continuam desaparecidas e, segundo a polícia, após as diligências realizadas, o caso passou oficialmente a ser tratado como sequestro, conforme o artigo 148 do Código Penal.

Jovens Desaparecidas
Foto: Redes Sociais

Ao portal Acorda Cidade, o delegado José Marcos, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), e que também responde pela Delegacia Territorial (DT) de Anguera, informou ao Acorda Cidade, que após o comunicado do desaparecimento na última terça-feira (7), a polícia iniciou as investigações, realizando diligências e ouvindo testemunhas.

As buscas se concentraram na área onde as jovens foram vistas pela última vez. Em uma casa isolada na zona rural, conhecida como Roçado, os policiais encontraram roupas parcialmente queimadas, frascos de desodorante e perfume, dois pares de sandálias e um celular quebrado, identificado durante a investigação como pertencente a uma das vítimas.

Delegado José Marcos
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No entorno do imóvel, foram encontradas duas fogueiras recentes. Em uma delas havia apenas cinzas e brasas. A poucos metros, dentro do matagal, a polícia encontrou pinos para acondicionar cocaína e uma embalagem com odor característico de maconha.

Após análise do número de IMEI, foi confirmado que o aparelho pertence a uma das jovens desaparecidas. Segundo os investigadores, uma das peças de roupa próximas ao local também apresentava manchas sugestivas de sangue.

investigação sequestro
Foto: Polícia Civil

“Nos chamou a atenção a localização da casa, que fica ali entre montanhas, bem escondida, um vale. O aparelho celular encontrado no local foi analisado no local, mesmo. A gente conseguiu identificar o número desse aparelho. Consultamos esse número de IMEI na base de dados e obtivemos uma prova técnica, comprovamos que se trata do aparelho de uma das vítimas que está desaparecida. Está comprovada a relação da casa com o crime e que ela foi utilizada para o apoio logístico ou para apagar os vestígios dele. Então, você tem uma fogueira ali, o material incinerado, os ocupantes do imóvel não apresentaram justificativa plausível. Isso liga eles diretamente ao sequestro, no mínimo como partícipes. Como o sequestro é um crime permanente, ele está acontecendo a todo momento e as meninas ainda não foram encontradas, eles estão numa situação de flagrante de delito, por isso foram autuados no flagrante de sequestro”, explicou o delegado ao Acorda Cidade.

As operações foram realizadas por equipes da Delegacia Territorial de Anguera (1ª Coorpin), Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos, 2ª Delegacia de Feira de Santana e Núcleo de Inteligência da 1ª Coorpin. As buscas se concentraram em uma área de difícil acesso, na zona rural, onde os investigadores localizaram a residência isolada.

Diante das evidências e do crime em curso, os dois homens encontrados no imóvel foram autuados em flagrante sob acusação de sequestro qualificado. Eles não justificaram a presença no local e estão sendo interrogados. A polícia acredita que a casa foi utilizada para apoio logístico ao crime ou para destruir evidências.

investigação sequestro
Foto: Polícia Civil

Todo o material foi preservado e encaminhado para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), que também fará análise da residência e da área ao redor.

As equipes da Polícia Civil continuam as buscas para localizar as vítimas e identificar outros envolvidos no caso. Os dois suspeitos permanecem custodiados e à disposição da Justiça.

Apesar de agora o caso ser considerado como sequestro, a polícia não descarta outras linhas de investigação, dependendo do avanço das apurações e do encontro das vítimas.

“A gente começou com desaparecimento, nem sequestro era. Então, a gente faz o procedimento padrão de desaparecimento, faz averiguações iniciais, tem sempre aquele período inicial que a gente acredita que pode ter sido apenas uma falta de comunicação, que a pessoa vai aparecer. Só que aí já se passaram mais de três dias, e diante do que a gente encontrou, o celular da vítima quebrou no mato, próximo a uma fogueira onde tem roupas ali queimadas, que a gente não sabe exatamente se são dela, mas pode ser que seja… Então, a partir de hoje, desse momento, o caso passa a ser investigado como sequestro. Não temos nenhum indicativo de morte, e não há até o momento como tratar o caso como outro crime que não seja sequestro. Com o avanço das investigações, a gente pretende encontrá-las e responsabilizar os culpados pelo sequestro ou algum outro crime que tenham cometido com elas. Na pior das hipóteses, que a gente não deseja, mas se forem encontradas sem vida, a gente pode pensar em outros crimes, como homicídio ou até mesmo o próprio sequestro, cumulado com o crime contra a vida também”, informou.

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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