Em média, as delegacias da Bahia têm o dobro de presos do que a capacidade, mas em algumas cidades chega a ter seis vezes mais. Em todo o estado, 5.600 pessoas estão presas em delegacias. Em Vitória da Conquista, a capacidade da carceragem é de 16 presos, mas hoje tem seis vezes mais, 97.
No Complexo Policial de Feira de Santana, 96 presos se concentram no espaço que seria para 35. Em Barreiras, a capacidade é de 28, mas hoje tem 80. Na carceragem de Itabuna, no sul da Bahia, caberiam 32, mas estão 100 presos. Superlotação que favorece as fugas.
Em Coaraci, também no sul do estado, doze presos fugiram domingo (18) à noite. Apenas um voltou à carceragem. A capacidade da cadeia era para 30 pessoas, mas tinha 41. Em Salvador, na noite de sábado (17), na delegacia do bairro da Pituba, 10 dos 26 presos tentaram fugir. No local, a capacidade era para oito detentos.
Foi com a ajuda de um pedaço de ferro que os presos conseguiram arrombar o cadeado da cela. Logo após o arrombamento, eles saíram correndo e subiram uma escada. Eles foram até uma janela que dá para a casa vizinha à delegacia. Uma casa que está abandonada.
Os presos pularam a janela e fugiram. Quatro foram recapturados.
‘O som da quebra dos cadeados foi abafado por cantorias que os presos fazem aqui na área do xadrez. Daí porque alguns policiais que estavam de plantão não perceberam de imediato a ação dos detentos’, afirma o delegado Carlos Habib. Na semana passada, presos da delegacia do Rio Vermelho também tentaram fugir.
O delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, reconhece os problemas. ‘Com a construção de novos presídios, naturalmente, esses fatos serão debelados e voltaremos a uma situação sob controle. Eu acredito que ainda este ano nós vamos ter um grande número de vagas disponibilizadas para a Polícia Civil. Em média, 400 vagas ainda este ano’, promete o delegado-chefe.
Informações do BATV